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Acesse recomendações práticas do LIV para abordar o tema da saúde mental em sua escola na Coluna Educação Socioemocional de novembro

Conhecer melhor a si mesmo, reconhecer e escutar os sentimentos vividos, pensar criticamente, comunicar-se de maneira compreensível e assertiva. Tudo isso aumenta a capacidade de criar estratégias para lidar com os desafios e atravessar momentos de sofrimento que fazem parte da vida, além de potencializar formas mais saudáveis, criativas e interessantes de se relacionar e estar no mundo. E esses aspectos estão diretamente ligados às habilidades socioemocionais (como comunicação, colaboração, pensamento crítico, criatividade, autoconhecimento, entre outras) que, quando desenvolvidas, se tornam grandes aliadas na promoção e no cuidado com a saúde mental.

Mas falar em educação socioemocional e saúde mental não é sinônimo de terapia na escola. Significa criar espaços seguros em que as crianças e os adolescentes possam conviver com essas emoções em ação, ao lado de tantas outras manifestações subjetivas que afetam a todos.

O que nós do LIV – Laboratório Inteligência de Vida nunca deixamos de lembrar é que esse trabalho precisa ser feito de forma intencional, processual e por pessoas que recebam formação adequada. Para isso, os educadores podem lançar mão de diversas estratégias e que você poderá conhecer a seguir.

Saúde mental na escola: recomendações práticas para educadores

Para falar de saúde mental na escola, é importante ter uma estrutura definida e informações disponíveis e de qualidade sobre o tema. E vale sempre lembrar que uma instituição de ensino na qual todos funcionários e funcionárias estão alinhados em relação a esse tema já é, por si só, um espaço de segurança e conforto para os alunos.

Confira a seguir 4 recomendações para criar esse ambiente em sua escola:
1) Ter uma pessoa ou time responsável pelas questões de saúde mental na escola

Se a escola não tiver funcionário da área da psicologia ou de um campo em comum, é importante escolher alguém que receba uma formação para exercer esse tipo de atividade e conseguir ser essa referência. É importante que todos na escola alesaibam quem é a referência para as questões de saúde mental, tanto para tirar dúvidas dos funcionários, alunos e familiares quanto para escuta e encaminhamento de alguma situação específica.

2) Mapear serviços e recursos disponíveis

  • Conhecer e mapear os serviços, pessoas e estabelecimentos da sua região que podem ser acionados em situações ligadas à saúde mental, como: Unidade de Pronto Atendimento (UPA); Centro de
  • Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi); Conselho Tutelar; Unidade Básica de Saúde (UBS);
  • Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – 192; Bombeiros – 193.
  • Ter todos esses contatos de serviços em fácil acesso para todos.

Estabelecer quem contatar em situações de emergência e de não emergência. Lembrando que cada caso é um caso e, com exceção dos momentos de emergência, não é necessário sair tomando decisões e contatando pessoas imediatamente, sendo possível refletir antes sobre o melhor caminho.

3) Estabelecer processos

Mesmo sabendo que cada situação é única e precisa ser escutada como tal, é importante estabelecer alguns processos, como: Em que momentos os estudantes e os funcionários terão oportunidade de falar sobre sua saúde mental? Como as atividades vão promover essa abertura em diversos momentos? Quando e como acionar a família? Quem faz esse primeiro contato?

4) Fazer o acompanhamento das iniciativas

Mesmo que a criança ou o adolescente seja encaminhado para um serviço de saúde, é importante lembrar que grande parte da sua vida continua sendo na escola. Logo, entender como apoiar a família e o aluno ou aluna nesse processo (caso inicie o uso de um medicamento ou tenha que trocar de turma, por exemplo) é fundamental. Uma estrutura bem definida e conhecida por toda a comunidade escolar não tem o intuito de mecanizar as ações, mas sim de dar mais segurança para as pessoas na condução das mais variadas situações.

E, vale destacar, nenhum desses pontos acima será útil se as relações interpessoais não forem cuidadosas e respeitosas. Afinal de contas, estamos falando de saúde mental e, portanto, de sentimentos, de histórias de vida, de pessoas.

O que pode ajudar – ou atrapalhar – o trabalho com saúde mental na escola

Seguindo na trilha das dicas, listamos algumas condutas que devem ser evitadas e também condutas que podem ajudar no desenvolvimento de um ambiente escolar aberto às questões da saúde mental e capaz de oferecer o apoio necessário à toda a comunidade:

A escuta responsável é aquela que demonstra atenção e cuidado. Não é ter resposta para tudo, mas sim se fazer presente. Principalmente porque, na maioria das vezes, quem sofre quer desabafar e precisa de alguém que escute e não que fique dizendo o que deve ou não fazer.

É importante tratar as emoções do outro com cuidado, priorizando um ambiente que resguarde a sua integridade física e certificando-se de que seja seguro, para que a pessoa fale sobre seus sentimentos e qualquer outra questão sem ter sua privacidade violada.

Saúde mental dos educadores: é possível cuidar sem ser cuidado?

Ao pensar na saúde mental nas escolas, temos incluído os educadores e funcionários na equação? Vemos, diversas vezes, professores, diretores e gestores escolares preocupados com a saúde emocional de seus alunos sem se atentar para suas próprias emoções.

Com altas demandas de resultado, novas organizações curriculares e elevadas cargas de trabalho, não é difícil encontrar profissionais da educação que apresentem sintomas de exaustão física e emocional. Uma pesquisa realizada pela Nova Escola em 2020, por exemplo, mostrou que 72% dos professores entrevistados tiveram a saúde mental prejudicada durante a pandemia. 

Por isso, precisamos caminhar para o reconhecimento de que, para cuidar dos alunos, é preciso cuidar da equipe escolar. Se pretendemos promover uma educação que percebe e considera o outro, precisamos entender que é essencial estabelecer espaços de diálogo, bem-estar e cooperação também entre os adultos.

5 caminhos para cuidar de quem cuida:

  • Criar espaços seguros de troca entre a equipe escolar.
  • Reconhecer e estabelecer limites (por exemplo: admitindo que determinada situação é muito delicada para você e pedir para que um colega a conduza).
  • Saber pedir e oferecer ajuda.
  • Proporcionar momentos de estudo e debates sobre saúde mental e educação socioemocional.
  • Participar de formações continuadas sobre o tema.
Saúde mental na escola: um guia completo para professores

Importante sempre lembrar que educadores já são promotores de saúde na própria prática escolar, e não sugerimos que os mesmos tenham a responsabilidade de realizar diagnósticos nem de aplicar qualquer tipo de conhecimento que transborde a área da educação.

Mas a escola, por ser um dos espaços em que as crianças e os adolescentes mais passam tempo, é um lugar privilegiado para identificar algum sinal de possível transtorno ou estado de adoecimento. Esse primeiro olhar cuidadoso do educador pode, em muitos casos, agilizar o acesso ao atendimento especializado em saúde que muitas crianças e adolescentes precisam.

Para ajudar os educadores nesse aspecto, o LIV criou o “Guia do Movimento LIV: Caminhos para cuidar da saúde mental dos alunos”, para que educadores e famílias se sintam mais capazes de administrar essa questão em seu dia a dia. 

No Guia, você vai encontrar temas como: Saúde mental nas escolas; O papel da família; Como saber se a pessoa está adoecendo; A importância de cuidar de quem cuida; Saúde mental é sinônimo de felicidade?; e muito mais! Para saber mais, baixe o Guia do Movimento LIV e participe dessa jornada!

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