Durante o SXSW EDU 2025, especialistas discutiram como CBE pode ser aplicada para preparar profissionais para o futuro do trabalho, e a colunista Constanza Hummel traz ‘insights’ para os leitores do educador21
Imagine um treinamento onde o tempo de sala de aula perde relevância frente à aplicação prática das habilidades. Esse é o princípio da Educação Baseada em Competências (CBE), uma abordagem que se distancia do modelo tradicional, focado em carga horária, para privilegiar a maestria de competências críticas para o desempenho profissional.
O que é a CBE?
A CBE (Educação Baseada em Competências) gira em torno de um conceito simples: os colaboradores avançam conforme demonstram domínio de competências essenciais, não pelo tempo investido nem por finalizar trilhas e atividades. Essa abordagem se alinha perfeitamente com o dinamismo corporativo, onde a habilidade de aplicar conhecimentos com precisão vale mais do que diplomas decorados.
Um dos insights apresentados no SXSW EDU 2025 mostra que o CBE valoriza o aprendizado personalizado, projetos aplicados ao mundo real e avaliações flexíveis. A ideia é preparar os profissionais para desafios práticos, garantindo que avancem somente após dominarem cada competência. (Fonte: SXSW EDU 2025 – A Recipe for Competency-Based Education).
CBE x Educação Corporativa tradicional

O modelo tradicional se sustenta em certificados e horas de treinamento, mas quantos cursos de liderança se traduzem, de fato, em líderes mais eficazes?
A CBE desafia essa lógica, questionando: de que adianta acumular horas de treinamento sem aplicar habilidades no dia a dia?
Como funciona a experiência de aprendizagem na CBE?
- Mapeamento de competências: identificação precisa das habilidades necessárias para cada função.
- Trilha personalizada: cada colaborador tem um percurso único, com avaliações contínuas.
- Feedback ágil: acompanhamento constante para corrigir rotas e acelerar a aplicação prática.
Imagine um treinamento de vendas onde os profissionais precisam demonstrar técnicas de negociação eficazes em simulações práticas para avançar. Sem PPTs infinitos, sem teoria desnecessária — apenas aplicação direta.
Durante o SXSW EDU 2025, especialistas discutiram como CBE pode ser aplicada para preparar profissionais para o futuro do trabalho, enfatizando competências digitais e habilidades de liderança. Empresas como IBM já implementam CBE em seus treinamentos, utilizando projetos reais para mensurar competências.
Vantagens da CBE para as empresas
- Eficiência: Menos tempo desperdiçado com conteúdos irrelevantes.
- Métricas Claras: Foco em indicadores como produtividade e retenção.
- Engajamento: Profissionais se sentem desafiados e valorizados ao progredir conforme suas entregas.
Empresas como Google e IBM têm adotado essa abordagem para acelerar a capacitação em habilidades digitais críticas, reduzindo a curva de aprendizado e aumentando a produtividade.
O futuro da Educação Corporativa é a CBE?
Para as empresas que buscam agilidade, mensuração precisa de resultados e desenvolvimento prático, a resposta parece clara. O grande desafio será abandonar velhos vícios de formação.
A PERGUNTA QUE FICA: SUA EMPRESA ESTÁ PRONTA PARA MEDIR COMPETÊNCIA EM VEZ DE PRESENÇA?
Referência:
- A Recipe for Competency-Based Education – SXSW EDU 2025
- Walker, M. (2006). Higher Education Pedagogies. Maidenhead: Open University Press and McGraw-Hill.
- Young, M., & Lambert, D. (2014). Knowledge and the Future School: Curriculum and Social Justice. London: Bloomsbury.

CEO e fundadora da Building 8. Empreendedora com mais de 20 anos de carreira na área de treinamento e desenvolvimento, fundou em 2012 a Building 8 com o propósito de apoiar empresas e profissionais a alcançarem todo o seu potencial, por meio de estratégias e experiência de aprendizagem.