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Metodologia 70:20:10 objetiva ressaltar o protagonismo dos colaboradores na sua capacitação profissional, conforme aponta a coluna Educação Corporativa de dezembro

Embora, à primeira vista, ‘70:20:10’ pareça a representação de uma proporção matemática, a verdade é que se trata de uma estratégia de aprendizagem corporativa bastante eficaz e que já é aplicada há mais de 30 anos. Com o conceito apresentado pela primeira vez nos anos 1990, como resultado dos estudos do trio de professores Morgan McCall, Robert Eichinger e Michael Lombardo, do Center for CreativeLeadership, na Carolina do Norte (EUA), a metodologia é um sistema de aprendizagem que se divide em três partes complementares e um objetivo: colocar os colaboradores como protagonistas de suas jornadas de capacitação.

A metodologia explica que 70% do aprendizado acontece durante a rotina de trabalho por meio da resolução de desafios e da execução das atividades diárias, outros 20% vêm do contato dos profissionais com seus colegas e líderes para alinhamentos, feedback, coaching e/ou mentorias e, por fim, 10% da aprendizagem vem de métodos mais formais de ensino como cursos, workshops, e-learning, entre outros.

Importante esclarecer que essa proporção é somente um guia para a criação de planos estratégicos de aprendizagem e irá depender da maturidade e necessidade de cada segmento profissional. Um bom exemplo dessa adaptação é que um colaborador novo na organização precisa de mais tempo em treinamento formal do que um colaborador que já conhece a cultura e as competências funcionais exigidas para a sua função.

A implementação dessa metodologia parece simples, mas não é. Coordenar o aprendizado gerado nos 70% do tempo focado nos desafios cotidianos é muito desafiador, pois exige que se use de diversas estratégias para transformar essa vivência em aprendizado real. Coletar esse conhecimento adquirido e fazê-lo consciente é importantíssimo para afirmar que estamos aprendendo neste tempo!

Uma maneira de trabalhar nessa metodologia é investir em aprendizagem autodirigida, compartilhamento de boas práticas e LIFOW (Learning In The Flow of Work). Investir em ferramentas apropriadas para o aprendizado na prática, metodologias de facilitação e empoderamento da liderança são fundamentais para fazer o 70% dar certo.

Nesse caso, as experiências e vivências do aprendiz passam a ser a base do aprendizado e tudo pode ser construído a partir da prática, invertendo a ordem tradicional que é primeiro trabalhar o conteúdo para depois exercitar e viver a prática.

Além disso, a troca de vivências e conhecimentos entre os colaboradores é extremamente valiosa, afinal, não só potencializa o aprendizado individual como também aumenta a colaboração entre os indivíduos e equipes, que passam a atuar de forma mais integrada para enfrentar os desafios do dia a dia com criatividade e inovação.

Isso, somado a fatores como a aquisição de novos aprendizados teóricos e práticos, a implementação de rotinas inovadoras e a maior integração entre os times, resulta em um aumento significativo na produtividade da empresa.

Porém, para gerar esses resultados, é importante ressaltar que os gestores e profissionais de RH devem atuar em conjunto avaliando as necessidades mais urgentes da empresa e as principais lacunas de conhecimento e habilidades vividas pelos times. Só assim é possível estabelecer um programa de desenvolvimento com base nessa metodologia.

Aplicação de cada etapa

Para colocar o método em ação, palestras, workshops e seminários são relevantes para colocar em prática os 10% de aprendizagem formal previstos pela estratégia. Já para os 20%, a dica é investir em ações de coaching, cultura de feedback, fóruns e grupos de discussão que estimulem a troca de informações entre os profissionais. Por fim, os 70%, demandam que a equipe possua uma boa infraestrutura, com recursos e dinâmicas que auxiliem os colaboradores a colocar os novos conhecimentos em prática e colaborem.

A metodologia 70:20:10 pode, sim, ser comparada a uma equação matemática, já que, como em uma equação, todos os seus elementos se combinam para fornecer a solução completa para o problema de aprendizado e desenvolvimento. Nesse caso, uma abordagem eficaz depende que a empresa encontre a combinação certa desses coeficientes, aproveitando ao máximo cada etapa para alcançar a solução desejada.

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