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Especialistas e empresas de educação analisam como a IA na aprendizagem transforma práticas pedagógicas com personalização e mediação humana

A inteligência artificial já faz parte da rotina de milhões de estudantes no Brasil, e seu impacto na aprendizagem ultrapassa o uso ocasional de ferramentas digitais. Em um cenário em que 71% dos universitários afirmam utilizar IA nos estudos, segundo a Abmes, cresce a necessidade de compreender como a tecnologia está moldando práticas pedagógicas e aprimorando experiências.

Ao mesmo tempo, a presença crescente da IA abre novos caminhos para personalização, acompanhamento em tempo real e maior equidade no processo de ensino. Para muitos estudantes, a tecnologia representa a possibilidade de aprender no próprio ritmo, acessar conteúdos atualizados e resolver dúvidas com mais rapidez.

Mas as transformações não se limitam ao ensino superior. Na educação básica, mais de 80% dos professores reconhecem o potencial da IA para enriquecer suas práticas. Embora apontem lacunas que precisam ser enfrentadas com urgência:

  • infraestrutura insuficiente
  • falta de diretrizes claras
  • escassez de tempo para formação

Nesse contexto, as empresas de educação têm assumido papel estratégico ao transformar tecnologia em soluções concretas, acessíveis e alinhadas às realidades das escolas brasileiras. Além da ampliação do acesso, a IA vem redefinindo o que significa aprender em ambientes cada vez mais híbridos e personalizados.

Vozes do setor ressaltam importância da IA na aprendizagem

Para especialistas do setor, a tecnologia se tornou um vetor de ampliação de oportunidades — especialmente quando usada para apoiar práticas criativas, monitorar trajetórias de aprendizagem e fortalecer a autonomia dos estudantes. Ainda assim, o consenso é claro: não existe inovação efetiva sem mediação humana qualificada.

Os desafios éticos também atravessam o debate. Jovens citam dependência, erros automáticos e perda de interação humana entre os riscos mais presentes, reforçando a necessidade de políticas claras, formação docente e regulações que garantam o uso seguro e pedagógico da IA. O avanço tecnológico abre caminhos inéditos, mas traz responsabilidades proporcionais.

Diante desse movimento, empresas e especialistas avaliam que a IA deve servir como uma ponte — e não como substituta — na relação entre estudantes, professores e conhecimento. As experiências já consolidadas mostram que a tecnologia, quando usada com propósito, pode reduzir desigualdades, ampliar repertórios e tornar o aprendizado mais significativo.

IA personaliza o aprendizado sem substituir o professor

Geraldo Ramos, CEO da Moises, destaca que a IA remove barreiras históricas no ensino musical e democratiza recursos avançados: “Hoje, podemos levar ferramentas de prática, análise e criatividade diretamente para as mãos dos estudantes.” Para ele, o impacto se traduz em mais oportunidades e formação profissional mais acessível.

Na área de idiomas, Andrew Skrypnyk, CEO da Promova, reforça que a IA ampliou o acesso, mas elevou o valor das habilidades humanas: “A tecnologia potencializa o aprendizado, mas a mediação humana continua indispensável para transformar informação em competência aplicada no mercado global.”

A Red Balloon segue a mesma linha. Para a CEO Daniela Villela, a IA personaliza, mas não substitui: “O professor é quem dá significado ao conhecimento. A IA oferece trilhas e análises, mas é a relação humana que garante comunicação real.”

Além das aplicações pedagógicas, fundos como a Rosey Ventures enxergam na IA um vetor para maior eficiência e acolhimento institucional. “A personalização do ensino dentro de ambientes coletivos se torna mais viável com IA”, afirmou Guilherme Skaf. O executivo reforçou que a integração tecnológica fortalece a gestão e alivia cargas docentes, acelerando processos sem romper com bases pedagógicas.

No campo das políticas públicas, o novo Plano Brasileiro de Inteligência Artificial acelera formações, pesquisas e criação de diretrizes nacionais. Nesse contexto, a LPD Hive e a Mais1Code lançaram o Impulso-AI, programa que amplia o acesso a carreiras tecnológicas. “Nosso foco é autonomia e equidade”, disse Fábio Santos, CEO da LPD Hive.

Ao reunir perspectivas de diferentes áreas, o setor converge para uma mesma leitura: a IA já faz parte da jornada dos estudantes. O desafio — e a oportunidade — é garantir que essa presença seja ética, crítica e pedagógica, permitindo que a tecnologia expanda horizontes sem substituir o que há de mais essencial no aprendizado: a experiência humana.

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