Em sua coluna de estreia no portal Educador21, Constanza Hummel fala sobre o potencial da educação para o trabalho na transformação do mundo
Segundo o relatório Upskilling: caminho para a prosperidade comum, da PWC desenvolvido em colaboração com o Fórum Econômico Mundial, a educação para o trabalho tem o poder de transformar o mundo.
A automação, a digitalização e novos modelos de negócios têm transformado o mundo do trabalho. Tudo isso foi potencializado pela pandemia de Covid-19, ampliando a desigualdade e exigindo o aprimoramento (upskilling) e a requalificação (reskilling) da força de trabalho em todo o mundo. Nesse relatório, o upskilling é defendido como uma das principais estratégias para promover economias mais inclusivas e sustentáveis.
Algumas das previsões trazidas pelo relatório são realmente motivadoras e apontam que:
- o potencial aumento do PIB global até 2030 é de US$ 6,5 trilhões
- o upskilling pode criar até 2030, cerca de 5,3 milhões de novos empregos líquidos
- 38% é o ganho no PIB global devido ao aprimoramento de competências nos setores de negócios e da indústria
Esses resultados contribuem para reduzir as desigualdades porque podem quebrar o ciclo que perpetua o trabalho mal remunerado e além disso pode garantir a participação de uma grande massa no que está se formando como futuro do trabalho.
Logicamente, para chegar neste lugar é necessário fazer muito e unir forças entre governos, empresas e provedores para que juntos seja possível operar todas as mudanças necessárias para cumprir essa visão e potencializar.
E um dos elementos fundamentais para que isso aconteça dentro das organizações é o cultivo de um mindset de crescimento, defendido pela psicóloga americana Carol Dweck, escritora do best seller “Mindset”.
Partindo do princípio que habilidades e competências não são inatas e podem ser desenvolvidas, a ‘mentalidade de crescimento’ se trata, justamente, da habilidade de investir em novos aprendizados, de adquirir competências diferenciadas e utilizar a bagagem pessoal como ferramenta para transformar os desafios em oportunidades de aprimoramento pessoal, profissional e por consequência do próprio negócio.
Em contraposição, um mindset fixo é formado por um conjunto de ideias e conceitos pré-estabelecidos e sólidos. Nesse caso, pessoas com esse tipo de mentalidade acreditam que as características de cada indivíduo são natas e não se transformam com o passar do tempo, por isso, optam por atividades com as quais já têm familiaridade, não buscam enfrentar obstáculos e não demonstram interesse em aprender coisas novas.
Com essa definição, fica claro que precisamos cultivar nas organizações a mentalidade de crescimento como base da educação corporativa. Talentos que possuem esse tipo de mindset apresentam resultados altamente positivos, pois se enxergam como aliados e trabalham de forma integrada para conquistar os objetivos propostos, crescendo junto com a empresa.
Entretanto, não é possível alimentar essa cultura de desenvolvimento contínuo caso o líder, que está conduzindo essa mudança, não esteja preparado, envolvido e não conheça profundamente o perfil de seus colaboradores. Identificar o que deixa a equipe desmotivada, o que estimula um bom engajamento e os fatores críticos para potencializar a aquisição dessa mentalidade por todos é essencial para qualquer companhia que deseja formar equipes com um mindset de crescimento.
Afinal, a partir dessa avaliação é possível investir em ações de capacitação que sejam realmente relevantes e, consequentemente, eficazes, incentivando a participação de todos, por meio do feedback 360º e, assim estimular a criação de uma cultura de aprendizado de alta performance.
Por isso, investir em educação corporativa é um processo que demanda dedicação a inúmeras dimensões para que tudo flua da melhor maneira. Desde a construção do mindset correto para o desafio de cada organização até a criação de estruturas, práticas e metodologias robustas que alavanquem o potencial dos talentos e gerem real valor para que se cumpra a visão e o propósito de cada negócio.
A partir de agora te convido para juntos surfarmos essa onda da transformação pela educação corporativa. Temos muita coisa legal para compartilhar!
CEO e fundadora da Building 8. Empreendedora com mais de 20 anos de carreira na área de treinamento e desenvolvimento, fundou em 2012 a Building 8 com o propósito de apoiar empresas e profissionais a alcançarem todo o seu potencial, por meio de estratégias e experiência de aprendizagem.