Skip to main content

Palestrantes que falaram sobre o futuro do trabalho em dois painéis da Bett apontam para a importância do desenvolvimento das ‘soft skills’

O segundo dia da Bett Brasil 2024 trouxe um olhar para as tendências da aproximação entre a educação e o mercado de trabalho, tanto no Fórum de Gestores quanto no Ahead. O painel “As novas profissões e o futuro do trabalho”, no Fórum, reuniu três palestrantes que atuam com um pé em cada uma dessas pontas.

Luciano Meira, coordenador de Ciência e Inovação da Joy/PROZ Educação, Lucilia Guerra, diretora do Centro de Capacitação Técnica, Pedagógica e de Gestão do Centro Paula Souza – que promove a Formação Continuada de 17 mil docentes que atuam nas Escolas Técnicas e nas Faculdades de Tecnologia da instituição –, e Rafael Gioielli, diretor de impacto social e ambiental da Mombak, empresa focada em remoção de carbono, trouxeram pontos de vistas diferenciados para a discussão.

De acordo com Meira, o grande problema da educação é não acompanhar as transformações do mundo do trabalho, que inclusive, desaceleraram. “As instituições de ensino estão mais digitalizando processos analógicos do que verdadeiramente imprimindo uma transformação digital. Precisamos construir e estabelecer uma cultura de transformação digital dentro das nossas instituições para responder a mudanças no mundo do trabalho”, disse o educador.

A visão de Lucília é que a tecnologia vem para transformar os empregos. E, como contraponto da visão quase apocalíptica dos seus dois companheiros de painel, a educadora chamou a atenção para a necessidade de uma formação humana para além das profissões do futuro, quer elas já existam ou ainda não saibamos quais são. “Temos que pensar que a educação é sempre um ponto de esperança nas grandes mudanças que precisamos. Precisamos nos apoiar em todo esse desenvolvimento, e precisamos ensinar aos jovens a olhar esse mundo em que ele está inserido e como ele pode ser um sujeito crítico, e que pode trazer a transformação, e não só utilizá-la”, falou a educadora.

Já Rafael Gioielli acredita que é preciso ver oportunidades em crises e catástrofes. O empreendedor deu como exemplo o aquecimento global e suas consequências, ressaltando que é preciso, o quanto antes, se pensar uma nova economia e desenvolver as competências desses novos profissionais para entrarem nesse novo mundo do trabalho.

“Quando vamos pensar o futuro do trabalho, é preciso olhar para o mundo em que vivemos, para onde vamos e quais profissões vamos precisar. Esse mundo de mudanças climáticas vai exigir dos profissionais e dos setores econômicos entender como mitigar as mudanças climáticas, e nos adaptar a esse mundo”, afirmou o diretor da Mombak.

Executiva do LinkedIn aborda futuro do trabalho em um auditório lotado

A organização da Bett Brasil levou ao pé da letra o anúncio de integração entre dois de seus auditórios mais disputados pelos congressistas: o Fórum de Gestores e o Ahead, que estão localizados lado a lado, no segundo andar do Expo Center Norte. Pela primeira vez, são realizadas palestras com temas comuns a esses dois públicos. E literalmente são derrubadas as paredes que afastam esses dois universos – da gestão educacional e do mundo do trabalho.

Ana Claúdia Pilhal, diretora executiva de Soluções de Talentos e representante executiva do Women at LinkedIn, fez a palestra “Futuro do Trabalho: tendências e importância do aprendizado contínuo” no chamado Fórum + Ahead, para um auditório integrado e lotado. As informações trazidas tiveram como base o mais recente levantamento realizado pela plataforma de networking e recolocação profissional, datada de novembro de 2023.

“Quando falamos de futuro do trabalho, o que precisamos é das pessoas certas com as habilidades certas. E dentro desse contexto, a busca de profissionais que usam inteligência artificial já é uma realidade. É uma conversa que cresceu 73% dentro da plataforma nos últimos 12 meses”, revelou a executiva.

Ana Cláudia alerta que esse tipo de mudança tende a ser cada vez mais rápida no mundo corporativo, na medida em que as empresas passam a adotar as novas tecnologias para acelerar seus processos. “Sabemos que 75% dos usuários do LinkedIn já entendem que as suas funções de alguma forma vão ser afetadas pela IA até o final deste ano”, afirmou.

A executiva do LinkedIn também compartilhou com o público presente quais são as dez habilidades mais requisitadas pelas corporações brasileiras no momento. A lista destaca mais habilidades interpessoais, em detrimento de habilidades técnicas: comunicação, habilidades analíticas, trabalho em equipe, negociação, liderança, SQL, gerência de projeto, gestão de pessoas, planejamento estratégico e vendas.

Compartilhe: