Leonardo Libman mostra prós, contras e, principalmente, os desafios da Educação com o avanço da IA para a inteligência artificial geral (IAG)
A inteligência artificial (IA) está avançando a passos largos, e seu impacto na educação global será profundo e transformador. Nos últimos anos, os sistemas de IA começaram a superar os humanos em diversas áreas, como matemática, programação, smart cities (cidades inteligentes), no direito, na agricultura, diagnóstico médico entre tantas outras áreas. E essa evolução não para. Especialistas preveem que, em breve, teremos sistemas de inteligência artificial geral (IAG) ou em inglês AGI (Artificial General Intelligence), capazes de realizar quase todas as tarefas cognitivas que um ser humano pode fazer. Essa mudança não apenas redefine e ressignifica o que é possível, mas também desafia a nossa compreensão do papel da educação em um mundo onde a IA desempenha um papel central.
A IAG não é mais uma ideia longínqua. Empresas de tecnologia já estão trabalhando ativamente para criar sistemas que possam igualar ou superar a inteligência humana. Estamos observando uma quebra de paradigma histórica, pois a humanidade sempre foi a única fonte de inteligência sofisticada. Com o avanço de sistemas de IA cada vez mais capazes, enfrentamos uma transformação que abalará os alicerces da sociedade e da economia. O potencial de geração de valor é imenso, e a corrida pelo domínio dessa tecnologia já redefine o equilíbrio global de poder, com nações e corporações travando uma batalha silenciosa pela supremacia.
Fazendo uma analogia com o que vemos hoje na corrida pela predominância tecnológica, é similar ao que vimos na guerra fria espacial. Se antes o domínio era sobre orbitas, hoje o alvo são os dados e os algoritmos. Todavia, vale mencionar que há uma diferença crucial nesse tabuleiro: a IA avança em meses o que a corrida espacial levou décadas, e claro, o prêmio maior não é fincar uma bandeira na lua, e sim o controle sobre o futuro da humanidade.
No entanto, a maioria das pessoas e instituições ainda não está preparada para essa realidade. A educação, em particular, enfrentará desafios sem precedentes. Se os sistemas de IA podem realizar tarefas complexas, qual será o papel dos professores, das escolas e das universidades? Como preparar os estudantes para um mercado de trabalho onde a IA pode ser mais eficiente e rápida do que os humanos? Como escolher com assertividade uma carreira quando não sabemos o impacto da IA naquela função em alguns anos?
A IA já está transformando a educação de várias maneiras. Ferramentas como o ChatGPT e Deepseek estão sendo usadas para auxiliar na pesquisa, resolução de problemas complexos e até mesmo na criação de conteúdo educacional. Em 2022, os modelos de IA ainda cometiam erros básicos, mas hoje eles alcançam pontuações de nível olímpico em competições de matemática e resolvem problemas que antes eram considerados exclusivamente humanos.
No entanto, a integração da IA na educação também traz riscos. Se os sistemas de IA assumirem tarefas como a correção de provas, a criação de currículos e até o ensino personalizado, o papel dos educadores pode ser drasticamente reduzido. Além disso, há o risco de que a IA amplie as desigualdades educacionais, já que escolas e países com mais recursos poderão adotar essas tecnologias mais rapidamente, deixando outros para trás. Inclusive já escrevemos uma Coluna há alguns meses sobre a real possibilidade de aprofundamento desta desigualdade dos países do norte para o sul global, onde países são mais carentes de acesso à tecnologia.
A chegada da IAG exige que repensemos a educação desde seus alicerces. Em vez de focar em habilidades técnicas que podem se tornar obsoletas, as instituições educacionais devem priorizar o desenvolvimento social e emocional dos estudantes. Devemos incluir fundamentos de IA na educação básica, equipando as novas gerações para conviver e colaborar com sistemas inteligentes que moldarão seu cotidiano. Refutar ou ignorar a necessária inserção de IA na educação básica é preparar alunos para a obsolescência.
A IA está prestes a disruptar a educação global de maneiras que ainda não compreendemos completamente. Enquanto alguns veem isso como uma ameaça, outros enxergam uma oportunidade para reimaginar e ressignificar o que a educação pode ser. Uma coisa é certa: o momento de agir é agora.
Negar a alfabetização em IA é criar uma geração de analfabetos do futuro.
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