Segundo Constanza Hummel, 59% da força de trabalho precisará de treinamento até 2030. Confira a volta da Coluna Educação Corporativa
O futuro do trabalho é agora e apresenta desafios inadiáveis para as organizações. Segundo o relatório Future of Jobs 2025 do Fórum Econômico Mundial, que foi publicado em janeiro deste ano, 59% da força de trabalho demandará treinamento até 2030. Esse dado evidencia a urgência da qualificação profissional para garantir competitividade no mercado. No entanto, as empresas estão verdadeiramente preparadas para esse cenário?
A rápida evolução tecnológica, a automação e a ascensão da inteligência artificial estão remodelando o mercado de trabalho, extinguindo algumas funções e criando novas oportunidades. Profissões emergentes como cientistas de dados, engenheiros de inteligência artificial e especialistas em segurança cibernética estão em alta, enquanto ocupações tradicionais como operadores de caixa, digitadores e assistentes administrativos estão sendo gradativamente substituídas por sistemas automatizados. Diante dessa transformação, o desafio central torna-se evidente: como capacitar a força de trabalho para essa nova realidade?
O descompasso da educação corporativa
Apesar de 85% das empresas afirmarem que pretendem investir em requalificação profissional, a realidade demonstra que muitas iniciativas de treinamento ainda seguem modelos convencionais, com conteúdos desatualizados e desalinhados às necessidades do mercado.
O problema não reside apenas na escassez de programas de capacitação, mas na desconexão entre o treinamento oferecido e as demandas das organizações e negócios. Como preparar profissionais para um contexto de automação, se muitos treinamentos ainda focam em atividades que estão sendo progressivamente eliminadas? Como desenvolver habilidades em vendas se os colaboradores não são treinados para utilizar dados e inteligência artificial na personalização da experiência do cliente?
Estratégias para a transformação do aprendizado
- Capacitação contínua e personalizada – Modelos tradicionais de treinamento com trilhas anuais, com começo meio e fim, são insuficientes. É essencial a implementação de ecossistemas de aprendizagem flexíveis e adaptáveis às mudanças constantes do mercado. Agilidade é fundamental.
- Desenvolvimento de aprendizado autônomo (learning agility) – Mais do que ensinar conteúdos específicos, é necessário promover a capacidade de aprendizado contínuo, estimulando a mentalidade de crescimento dentro das organizações.
- Integração com tecnologia – O uso de plataformas de aprendizado baseadas em IA possibilita a personalização da capacitação, a análise de lacunas de competências e a entrega de conteúdos relevantes em tempo real.
- Reskilling – Investir na requalificação de talentos internos é mais estratégico e econômico do que recorrer à demissão e novas contratações. Todos os profissionais precisam atualizar suas competências para permanecerem competitivos.
O tempo como variável crítica
Cada dia sem investimento adequado em capacitação estratégica representa um avanço rumo à escassez de talentos e ao declínio competitivo das empresas. A educação corporativa não pode mais ser tratada como um diferencial, mas sim como um pilar essencial para a sustentabilidade das organizações. Em um mundo onde a evolução é constante, a única certeza é que aqueles que investirem em aprendizado contínuo estarão melhor preparados para os desafios do futuro.

CEO e fundadora da Building 8. Empreendedora com mais de 20 anos de carreira na área de treinamento e desenvolvimento, fundou em 2012 a Building 8 com o propósito de apoiar empresas e profissionais a alcançarem todo o seu potencial, por meio de estratégias e experiência de aprendizagem.