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Lara Crivelaro traz para a Coluna Educação Global deste mês as mudanças ocasionadas pela recente alteração na Lei nº 11.788

A recente sanção presidencial que equipara o intercâmbio internacional ao estágio representa uma significativa evolução no cenário da educação internacional no Brasil. A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, agora contempla as atividades de extensão, monitorias, iniciação científica e intercâmbio no exterior como equivalentes ao estágio, desde que previstas no projeto pedagógico do curso.

Essa mudança normativa promove uma integração mais ampla das experiências internacionais na formação acadêmica dos estudantes brasileiros. Ao reconhecer o valor formativo dos intercâmbios, a nova lei não só incentiva a internacionalização do ensino superior, mas também enriquece o currículo dos alunos, proporcionando uma formação mais holística e globalizada.

Além disso, ao aplicar as disposições relativas aos estágios também aos estudantes estrangeiros ou brasileiros matriculados em cursos no exterior, a lei favorece a mobilidade acadêmica e fortalece as parcerias internacionais. Esse movimento pode atrair mais estudantes estrangeiros para o Brasil e vice-versa, fomentando um ambiente acadêmico mais diverso e multicultural.

Em suma, a equiparação do intercâmbio internacional ao estágio é um passo importante para a internacionalização da educação superior no Brasil. Ela reflete um reconhecimento formal das competências adquiridas pelos estudantes em contextos internacionais, preparando-os melhor para os desafios do mercado de trabalho global e contribuindo para a formação de cidadãos globais.

A nova legislação também tem o potencial de beneficiar a educação básica e aproximar a educação internacional dos alunos e das escolas. Essa equiparação pode criar expectativas e metas tangíveis para os alunos desde cedo, incentivando um desempenho acadêmico melhor e uma maior valorização do aprendizado de línguas estrangeiras e competências interculturais. As escolas podem sentir-se motivadas a intensificar os programas de ensino bilíngue ou multilíngue, preparando os alunos para futuras oportunidades de intercâmbio.

Além disso, as escolas de educação básica podem buscar estabelecer parcerias com instituições internacionais, implementando programas de intercâmbio de curta duração e intercâmbios culturais. Isso não apenas prepara os alunos para o ensino superior, mas também enriquece suas experiências educacionais desde cedo.

Programas preparatórios e de sensibilização que abordem as culturas, idiomas e sistemas educacionais de diferentes países podem criar uma mentalidade internacional nos alunos, tornando a ideia de estudar no exterior algo familiar e aspiracional. Educadores podem ser incentivados a se especializarem em metodologias de ensino que incorporem uma perspectiva internacional, preparando melhor os alunos para as oportunidades globais.

Projetos interdisciplinares que abordam questões globais, como mudanças climáticas, direitos humanos e inovações tecnológicas, podem promover um entendimento mais profundo das interconexões globais. Esses projetos ajudam a desenvolver habilidades interpessoais, como comunicação intercultural, resolução de problemas e adaptabilidade, que são valorizadas tanto no ensino superior quanto no mercado de trabalho global.

A nova legislação pode também incentivar experiências de intercâmbio mesmo antes da universidade. Programas de intercâmbio escolar, seja por períodos curtos ou por um ano letivo, podem ser promovidos, demonstrando aos alunos a importância e os benefícios da internacionalização desde a educação básica. Isso contribui para o desenvolvimento de soft skills e a valorização de competências globais, preparando os alunos para um futuro acadêmico e profissional em um mundo cada vez mais interconectado.

Em suma, a recente alteração na Lei nº 11.788 pode ser um catalisador para a educação básica se alinhar com as tendências de internacionalização, incentivando uma preparação mais robusta dos alunos para um futuro globalizado. Ao estabelecer essas bases desde cedo, as escolas não apenas preparam seus alunos para as oportunidades de intercâmbio no ensino superior, mas também contribuem para a formação de cidadãos globais, preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de um mundo cada vez mais interconectado.

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