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Docentes se adaptam às novas realidades dos alunos. Para o VP acadêmico da Ânima, Janes Fidélis Tomelin, a tecnologia deve ser aliada nesse processo

A expansão do acesso ao ensino superior, a nova geração de estudantes hiperconectada e o crescente uso da tecnologia na educação trouxeram novos desafios para as instituições de ensino. E os educadores, que assumiram papel ainda mais central na mediação desse cenário, estão no olho desse furacão.

Dados do Censo da Educação Superior 2023, pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que o Brasil conta com 327.966 docentes na educação superior, considerando as redes pública e privada. É esse imenso contingente de professores e professoras que precisa lidar diretamente com as transformações do setor educacional brasileiro. Seja pelo novo perfil do estudante ou pela adoção de novas tecnologias na jornada acadêmica.

De acordo com o Mapa do Ensino Superior no Brasil, estudo realizado pelo Instituto Semesp na rede privada, jovens de até 24 anos compõem o grupo que mais ingressa no ensino superior tanto na modalidade presencial (66,2%), quanto na EAD (31,2%). Esses estudantes, da geração Z, são nativos digitais, hiperconectados e trazem desafios para professores relacionados aos métodos de ensino, novas formas de avaliação do conhecimento e uso de tecnologias de aprendizagem.

Segundo Janes Fidélis Tomelin, vice-presidente acadêmico da Ânima, a relação entre professor e aluno está mais complexa e exige novas abordagens pedagógicas, que levem em conta o acesso à informação e as trajetórias de vida dos estudantes. Com isso, a força de trabalho desses profissionais precisa ser redimensionada para atender às demandas dos alunos.

“O Censo da Educação Superior mostra a capilaridade do ensino superior brasileiro, já que 5.570 municípios têm alunos matriculados na educação superior, considerando o formato presencial ou por meio de polos EAD. Os educadores precisam ter flexibilidade pedagógica que permita a criação de um ambiente inclusivo, onde todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de aprendizado. Além disso, é fundamental a incorporação de tecnologias digitais para que os professores possam alcançar esses estudantes”, destacou.

O que esse novo perfil do estudante quer da educação do século 21?

O modelo tradicional de aulas expositivas, baseadas na transmissão unilateral de conhecimento, dá espaço a recursos que promovam a colaboração, o debate e a prática reflexiva. O estudante do século 21 espera educação personalizada por competências, seguindo sua área de interesse, diferente do modelo tradicional. “A formação docente é fundamental neste processo. É preciso atualização nas técnicas pedagógicas”, complementou Tomelin.

Para o executivo da Ânima, investimentos em formação continuada e no uso de tecnologias educacionais avançadas podem ampliar a capacidade de inovação no ensino superior. Programas que incentivam a prática da educação híbrida, combinando o presencial com o digital, oferecem uma alternativa viável para balancear o contato humano com as vantagens da tecnologia.

“A tecnologia é grande aliada do docente, ela serve para elevar seu papel e o ajuda a superar as dificuldades que são constantes na profissão. Considerando o cenário do setor educacional brasileiro, o professor é a peça chave para que a transformação ocorra de forma eficaz. O momento impõe desafios, porém, oferece oportunidades de novas abordagens para a realidade nacional, sendo mais acessível, dinâmica e conectada com as necessidades dos estudantes”, afirmou.

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