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Investimento anjo é um aporte realizado por pessoas físicas com capital próprio em startups com alto potencial de crescimento. Entenda como funciona

Os investimentos são uma parte essencial da engrenagem que faz girar qualquer ecossistema de inovação. Empreendedores e fundos apostam em novas soluções que necessitam do aporte para crescer, e que por sua vez podem se tornar um novo negócio de sucesso. E existem pessoas que podem ajudar a alavancar o seu negócio: são os investidores-anjos.

Um investidor-anjo é a pessoa que aplica o próprio dinheiro em negócios inovadores com alto potencial de crescimento, principalmente em startups. O termo “anjo” é utilizado pelo fato de não ser um investidor exclusivamente financeiro que fornece apenas o capital necessário para o negócio.

“O investidor-anjo não investe apenas seu dinheiro, mas também apoia a startup com seus conhecimentos e rede de relacionamento. Ele não atua em nível operacional, mas como mentor ou conselheiro”, disse João Ventura, sócio-fundador da aceleradora Sling Capital, sediada no Rio de Janeiro.

Ventura explicou que, normalmente, investidores-anjos são profissionais — empresários, executivos e profissionais liberais — experientes que já trilharam uma carreira de sucesso, acumulando recursos suficientes para alocar uma parte (normalmente entre 5% e 10% do seu patrimônio) para investir em novas empresas. E acrescenta que esse profissional, além do capital, tem que ter expertise em uma determinada área.

“Assim, pode dar para o empreendedor não apenas o dinheiro, mas conselhos e mentoria”, resumiu o empresário, que é considerado um dos maiores especialistas do Brasil em captação de recursos.

O principal objetivo do investidor é ter um alto potencial de retorno financeiro. Mas, na maioria dos casos, além do retorno financeiro, os investidores acreditam que o problema que a startup investida resolve pode gerar outros impactos no mundo e querem abraçar esta causa.

Também é importante ressaltar que existe investimento anjo para todos os setores de negócios. Mas é preciso ter tecnologia associada a inovação, como é o caso das edtechs, fintechs e agtechs, para atrair um aporte.

Como encontrar (e atrair) um investimento anjo

É preciso compreender, antes de tudo, que cada investidor tem uma tese de investimento diferente. Para startups iniciantes, geralmente o investidor avalia mais a equipe e o seu background (principalmente dos founders).

Na maioria das vezes, um investidor-anjo procura as startups que estejam no ponto inicial de captação de recursos e, que não estejam mais no plano das ideias. Por isso, é importante que o empreendedor tenha um mínimo produto viável (MVP) e um índice de vendas que sejam escaláveis, de forma que a startup possa crescer sem aumentar os custos na mesma proporção.

“Conforme a startup cresce, as métricas se tornam mais relevantes para o investimento do que a equipe em si”, explicou João Ventura.

Na plataforma Sling Hub, recém-lançada por Ventura, é possível encontrar investidores-anjos e ver a tese de investimento antes de entrar em contato. Outra forma de procurar investidores é por intermédio do LinkedIn, conforme informou o empreendedor e investidor-anjo.

Ao investir, o anjo assume o papel de sócio. Geralmente, o investidor-anjo tem um relacionamento maior com o CEO da startup. De acordo com Ventura, é enriquecedor para a startup pedir feedbacks, indicações para este investidor — que podem gerar mais retorno que o investimento em si.

“Para um bom relacionamento entre investidor e startup, é importante o CEO atualizar o investidor do andamento da empresa periodicamente, mostrando os highlights e lowlights do período e pedindo feedback dos investidores. Mas é importante lembrar que o investidor anjo não é um funcionário da empresa”, ressaltou o CEO da Sling Hub.

Normalmente, o investidor tem retorno financeiro quando faz seu exit — ou seja, quando ele vende sua participação societária. A boa notícia é que o investimento em edtechs vem crescendo ao longo dos anos. E, a cada ano que passa, mais edtechs são investidas por ano. O que demonstra que o setor continua sendo atraente para os investidores.

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