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Cientista-chefe da TDS Company e professor extraordinário da CESAR School, Silvio Meira explica o que é metaverso

O termo ‘metaverso’ é antigo. Apareceu pela primeira vez há 30 anos, no romance de ficção científica cyberpunk “Nevasca” (“Snow Crash”), de Neal Stephenson. A história sincroniza realidade e ficção através de um jogo onde um entregador de pizza na vida real é um samurai no universo virtual chamado “metaverso”. O livro foi o ponto de partida para diversos jogos, como Second Life, Roblox, Fortnite e Minecraft, onde jogadores podem criar vidas paralelas em um ambiente virtual.

Desde “Nevasca”, muitos teóricos buscam estabelecer bases conceituais para o assunto. E com o avanço acelerado das tecnologias, o termo caiu na moda e, consequentemente, “no liquidificador de ideias vagas”, nas palavras de Silvio Meira. Culminando, no ano passado, com o anúncio de Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook, ao modificar o nome de sua empresa e afirmar que o metaverso é o futuro da internet e da tecnologia em nossas vidas.

Fazendo uso de um robusto referencial bibliográfico, o cientista-chefe da TDS Company e professor extraordinário da CESAR School, Silvio Meira, elaborou o e-book “Definindo ‘o’ Metaverso”, onde busca afastar o conceito do metaverso do senso comum e alertar para o sequestro do termo por conglomerados de tecnologia que tentam chamar de metaverso produtos e serviços lançados por elas que nada têm de rede massiva e interoperável de mundos virtuais.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre o assunto, você pode baixar, gratuitamente, o e-book “Definindo ‘o’ metaverso”, de autoria do professor e cinetista Silvio Meira, neste link, após preencher um rápido cadastro.

Silvio Meira explica os conceitos do metaverso em webinar

“Definindo ‘o’ Metaverso” reúne dez pontos que Silvio Meira considera fundamentais para entender esse novo espaço que fará parte da nossa sociabilidade em um futuro breve. Meira falou a respeito durante um webinar promovido pelo tds.academy, projeto educacional da empresa de estratégia digital. Na ocasião, o professor apresentou conceitos estabelecidos em seu e-book — que a TDS Company cedeu para o Educador21 publicar nesta matéria.

“Por enquanto, o metaverso é uma hipótese. O que vai acontecer do ponto de vista da nossa percepção da realidade é que iremos nos relacionar com a dimensão digital através de um processo de intermediação que talvez não controlemos o tempo todo. O que temos [hoje] são experimentos extremamente rudimentares que são rotulados de metaversos por uma combinação de marketing e mídias propaladas por seus inventores ou proponentes”, disse o professor que também é um dos fundadores da Digital Strategy Company e do Porto Digital, em Pernambuco.

Ainda segundo Silvio Meira, as possibilidades do metaverso são fantásticas, mas ainda não foram concretizadas. Confira um resumo na seção ‘O que é’ no canal do YouTube do Educador21, e assista ao webinar completo da TDC Company neste link.

“O exemplo que eu gosto de usar é o da partida de futebol, onde dois times, cada um em seus estádios, podem contar com uma projeção do time adversário no metaverso. A bola, conectada nos dois espaços, responderá ao que acontece em cada campo em tempo real. A torcida online — ou na TV, se ela ainda existir –, por sua vez, poderá comprar um ingresso para participar do jogo. Trata-se de projeções capazes de ativar um conjunto de percepções relacionadas aos nossos sentidos, permitindo que transcendamos o universo tridimensional puramente físico ao qual estamos acostumados”, explicou Silvio Meira.

Os prováveis impactos e possibilidades do metaverso na educação

Na Educação, uma das expectativas é de que o metaverso ajude a ampliar as possibilidades de desenvolver, aperfeiçoar e popularizar as ferramentas de ensino híbrido. Na próxima década, com isso, será possível criar um modelo de estudo mais sofisticado do que o presencial, com aulas dentro do mundo virtual e experiências mais engajadoras. Em cursos como medicina, por exemplo, espera-se estudar o corpo humano com hologramas tridimensionais.

O metaverso também deverá facilitar o uso de mais metodologias ativas. Combinando a tecnologia do metaverso amplamente no processo de ensino e aprendizagem, será possível atingir diversos benefícios aos estudantes, como:

  • Acessibilidade: O metaverso estreita distâncias geográficas, dando acesso remoto a pessoas, locais e instituições de ensino em qualquer lugar do globo, sem a necessidade de deslocamento. Assim, aumenta a inclusão e diminui os custos.
  • Desenvolvimento de habilidades: Para sermos bons profissionais precisamos desenvolver habilidades que são necessárias no mercado atual. A inclusão digital no ensino proporciona a otimização de habilidades digitais e técnicas de alto nível, juntamente com as soft-skills. A utilização dessa nova metodologia exige maior disciplina e autonomia dos alunos, ao mesmo tempo com que gera conexões e empatia remotamente.
  • Motivação e Foco: Mesmo para quem não possui afinidade com o meio digital, a ideia de escola é muitas vezes de algo chato e ultrapassado. Incluindo essas novas abordagens à educação, as aulas se tornam mais dinâmicas e engajadoras, elevando a motivação e inserindo o estudante diretamente em um ambiente que o cativa, aumentando seu foco no conteúdo.

Também considera-se que o metaverso impunsionará a gestão educacional, com impactos em demandas como: matículas, captação de alunos, material didático e formação de docentes. Mas até que o metaverso se torne uma realidade para a educação, muitas tecnologias ainda precisam ser desenvolvidas. Equipamentos como óculos de realidade virtual precisam se tornar mais acessíveis à população em geral e o uso da tecnologia 5G também ajudaria na conectividade necessária para o uso desses equipamentos. Durante a apresentação da Meta, Mark Zuckerberg afirmou que o metaverso fará parte do nosso dia a dia nos próximos 5 ou 10 anos.

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