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A maior mudança prática do Novo Ensino Médio, que está sendo implementado durante o ano de 2022, é a inserção dos itinerários formativos

A partir deste ano, todas as escolas do Brasil passam a implementar o Novo Ensino Médio. Será um ano de muitas mudanças, dúvidas e adaptações. Afinal, uma nova metodologia de ensino para os alunos que estão prestes a concluir a educação básica está chegando junto com a retomada presencial das aulas — possível graças às campanhas de vacinação que estão ajudando a conter a pandemia do coronavírus.

Entre essas mudanças está a inserção dos itinerários formativos, que trazem a proposta de auxiliar o aluno do ensino médio na escolha da sua carreira. Esse ítem ganhou uma maior atenção dos educadores e dos pais e alunos.

Após a homologação da lei 13.415, que direciona para os itinerários formativos, ficou instituído que toda escola, em 2020, deveria oferecer itinerários formativos, mais as opções de ensinos técnico e profissional para os estudantes dos anos finais do ensino médio. Em função da pandemia, o que era pra acontecer em 2020 passou a valer a partir de 2022.

Para Regina Crestani, psicóloga, diretora escolar e cofundadora da Plataforma IDEM — ferramentade gestão escolar voltada para o Novo Ensino Médio —, “esses itinerários vão ao encontro das áreas do conhecimento, então nesse sentido ele facilita a escolha da profissão futura, porque direcionando até a área de conhecimento, esse aluno já pode ir projetando seu desejo futuro”. A psicóloga ainda ressaltou a importância da BNCC do Ensino Médio.

“Como a Base Nacional Comum Curricular orienta, todas as escolas deverão preparar seus estudantes com seus projetos de vida, a se preparar para o dia de amanhã, para a universidade e para o mercado de trabalho. Então os itinerários oportunizam trilhas de conhecimento onde o aluno opta, dentro daquilo que realmente vai é do seu desejo e interesse profissional”, disse Regina Crestani.

Como os itinerários formativos funcionam na prática?

Os itinerários serão optativos. São escolhidos pelo estudante a partir da oferta pela instituição, de acordo com a área na qual deseja se aprofundar. São eles:

  • Ciências humanas e sociais aplicadas
  • Ciências da natureza e suas tecnologias
  • Matemática e suas tecnologias
  • Linguagens e suas tecnologias
  • Formação técnica e profissional

O aluno terá em sua grade as quatro áreas de conhecimento, divididas por ano ou semestre, dependendo da sua escola. Além disso, poderá escolher uma disciplina extra para se formar em uma área técnica e profissional, ganhando a certificação técnica quando o ensino médio for concluído.

O jovem já poderá iniciar o itinerário escolhido no 1º ano, caso esteja disponível em sua escola. Caso queira mudar de itinerário ao longo dos três anos e a escola esteja com vagas disponíveis, poderá fazer a troca.

Preparação das instituições para o novo Ensino Médio

Todas as escolas, gestores, coordenadores pedagógicos e professores precisam estar cientes e ler sobre BNCC. É a base que norteia todas as questões de planejamento para os itinerários formativos. Segundo Regina Crestani, os itinerários trabalham por área de conhecimento, o que significa que o aluno já sai com uma especialidade em uma área técnica.

“Por exemplo, a disciplina de História passa a conversar com outros componentes curriculares, como Sociologia, Filosofia. Então existe uma área do conhecimento da qual a História faz parte, onde tem que existir uma interdisciplinaridade. As áreas técnicas, os componentes curriculares, todos precisam conversar para criar projetos e elaborar dinâmicas diferenciadas para os alunos poderem se direcionar para aquilo que têm mais tendência, para seus interesses profissionais”, explicou Regina Crestani.

Desde competências e habilidades gerais, até específicas e eixos estruturantes, as escolas devem se preparar, juntamente com seu plano docente, para oferecer os itinerários formativos de acordo com seu planejamento pedagógico.

As avaliações, de acordo com Regina Crestani, ficam a critério de cada escola. Cada instituição tem o seu formato para avaliar o aluno de diferentes formas, de acordo com seu projeto político pedagógico e a política da escola — se é mais humanista, conteudista ou construtivista.

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