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Na Coluna Edtechs do mês, Leonardo Libman e Junior Santos, da Seren, traçam um paralelo entre os desafios para os participantes do evento e da Educação

Há 92 anos acontece um dos maiores eventos esportivos do planeta. Milhões espalhados pelo globo, completamente conectados com os confrontos das bandeiras, análise tática dos times, brilhantismo de jogadores, uniformes que representam nações, marcas, estatísticas e aleatoriedades que tornam os 90 minutos um momento mágico. Como qualquer resultado de alta performance, a preparação começa anos antes, nos bastidores e na dedicação do dia a dia.

O técnico, liderando o time, sabe que esse ciclo só será concluído quando levar seu país ao mais alto lugar do pódio, com troféu na mão e seus nomes marcados na história Mesmo que não seja campeão, ele sabe a relevância que é ter participado desse momento do futebol, e quão gratificante é representar seu país.

Para milhares de jovens ávidos em construir o seu futuro profissional, o Enem é a final da Copa do seu Mundo. Os queridos professores são sua equipe técnica, que diariamente dedicam sua vocação de transformar vidas. No livro Outliers, Malcolm Gladwell destaca a famosa regra das Dez Mil Horas, onde para se tornar excepcional em alguma atividade basta focar o esforço no objetivo, 3 horas por dia, por dez anos. Nossos jovens se dedicam mais do que isso, durante pelo menos 12 anos de sua vida escolar, se preparando para uma partida que mudará sua vida.

A pressão da família é enorme, lembra as torcidas nos estádios. Sempre tem aquele tio que reclama do juiz, nesse caso a banca que montou a prova com aquela questão impossível! Os torcedores mais religiosos, que pedem aos céus pelo gol decisivo, não parecem nossos avós? E há quem chora com os resultados, positivos ou não, mas levantam a cabeça no dia seguinte.

Sabemos que nossos pais sempre irão nos apoiar, não é verdade? Mas a maior pressão é interna, do jogador consigo mesmo. Do vestiário até a entrada no campo, aquele frio na barriga que antecede o espetáculo. Da alimentação saudável, porque precisa estar com a cabeça tranquila, e o intestino é quase um segundo cérebro — já dizia a professora de biologia. A verdade é que esse é um momento muito importante na vida de todos nós. É a hora de colher o resultado das 10 mil horas, de acreditar na preparação, de se entregar ao máximo para alcançar o sonho (que às vezes ainda não sabemos qual é).

Mas quero fazer uma reflexão com você, leitor: será que nossos times de base — as escolas — estão preparando os nossos jovens com o que há de melhor?

Nos últimos anos, observamos uma evolução substancial, principalmente nos clubes europeus, na gestão de seus times. O resultado da Copa do Mundo se tornou meta empresarial, e isso mudou o jogo (literalmente). O futebol aos poucos foi migrando da arte para a tecnologia, as análises superficiais se transformaram em mapeamento estatístico e os jogadores talentosos, antes suficientes somente pela alta habilidade, agora se deparam com preparação específica e planejamento quase perfeito. Quem não lembra o 7×1?

Na educação, para também sermos hexacampeões mundiais, o caminho é aprender com as seleções. Os nossos atletas, na jornada de suas vidas, precisam acessar o que há de melhor, e isso não é caro. A tecnologia já mudou o mundo e vai transformar a forma como educamos nossas crianças. Esse movimento é irreversível e, indiscutivelmente, necessário.

A democratização do acesso à informação tornou acessível aquilo que era impossível imaginarmos anos atrás. Isso traz uma responsabilidade a nós, educadores, de aproveitarmos o momento para entregarmos cidadãos ainda mais capazes do que somos.

Os diretores das escolas têm a relevante missão de selecionar as melhores e mais inovadoras soluções educacionais do mercado, oferecendo aos seus alunos as melhores ferramentas, sejam elas soluções de educação financeira, vocacional, socioemocional entre outras para que possam se encontrar no campo que realmente importante, o gramado da vida.

A grande diferença, talvez, do futebol para a vida, é que não precisamos de apenas um campeão mundial. Todos os jovens que verdadeiramente encontram seu propósito serão, indubitavelmente, campeões de si mesmo.

E como nós precisamos deles!

*Com colaboração de Junior Santos

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