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Christian Rocha Coelho traz para a coluna Gestão Inovadora de abril as perspectivas para o mercado educacional

Já era previsto que o comportamento do primeiro ano pós-pandemia seria influenciado pelos grandes eventos políticos e esportivos. Também que as escolas de educação infantil teriam uma retomada de crescimento com o retorno das aulas presenciais.

Os alunos regressos matricularam-se nas escolas de pequeno porte em detrimento das maiores, por questões econômicas e em busca da sensação de mais acolhimento e proteção. Este acontecimento também ocorreu no fundamental I, rompendo a tendência natural de que muitos pais têm de manter seus filhos na educação infantil e depois migrarem para escolas maiores que já possuem os demais segmentos.

Por esses motivos, os estabelecimentos de até 180 estudantes, com predominância dos segmentos infantil e fundamental I, cresceram em média 7% a 8%. Da mesma forma, as escolas que possuem de 181 a 350 também receberam crianças, porém em menor quantidade. Este ano, haverá um menor incremento do mercado advindo dos alunos que estavam em casa e a migração das instituições maiores também será inferior. Por isso, acredito que a média de crescimento no número de alunos deverá ser um pouco menor, na casa dos 5%.

Diferente dos anos pré-pandemia, as escolas de médio porte (351 a 850 alunos) foram as que mais sofreram no ano passado com o baixo ou decréscimo de estudantes. As hipóteses levantadas são que alguns deles, quando retornaram às aulas presenciais, optaram pelas escolas menores devido às questões já mencionadas, ou que foram para os players. Será o nicho de mercado mais desafiador e com estratégias mais claras para solucioná-lo. O foco das escolas deve estar no seu reposicionamento estratégico. Esse tema será abordado com mais detalhes no Programa de Gestores de maio – rematrículas. Mais informações em breve!

Pela primeira vez verificou-se a influência das escolas players low cost no mercado. O termo escola player está relacionado às instituições abertas em escala e que fazem parte de grandes corporações e investidores. Já low cost é uma terminologia advinda das companhias áreas que significa tarifas mais baratas com bom atendimento, isto é, um ótimo custo x benefício.

Esse perfil de empresa tende a afetar mais as escolas de médio porte com mensalidades entre R$ 600,00 e R$ 1200,00. O fenômeno ocorre, principalmente, nas praças onde a consolidação do mercado está mais adiantada, como São Paulo e Rio de Janeiro, regiões com maior número de pesquisas preenchidas.

Por meio de estratégicas comerciais mais agressivas, infraestrutura moderna e mensalidades competitivas, na maioria das vezes, alcançam um número grande de alunos.  Mesmo ainda com poucas unidades, se compararmos com o montante de escolas particulares existentes, as escolas players tendem rapidamente a consolidar o mercado.

Todos os dias surgem novos players com fome de aquisições e abertura de escolas. Os principais são: Eleva Educação, Inspira, Grupo SEB, Bahema Educação/Escola Mais, Grupo Raiz, Giusto 5, Cognita, Arco Educação, Decisão e Great School. Somente a Eleva Global, mesmo vendendo suas escolas premium para o Grupo britânico Inspired, contam com cerca de 120 mil alunos.

O mercado das escolas maiores (acima de 850 alunos) continuou com a tendência de estabilização desde o início da pandemia. Acredita-se que a pouca mobilidade está relacionada a uma satisfação letárgica, isto é, não existem motivos para que os alunos mudem de escolas, com exceção de questões pontuais ou financeiras. As instituições de maior porte, geralmente, possuem mensalidades mais altas e públicos-alvo com maior poder aquisitivo, sendo menos impactadas pela macroeconomia.

Para romper essa tendência, os colégios com esse perfil devem criar inovações para chamar a atenção das famílias. Propomos a mesma estratégia para as escolas de médio porte. O mercado precisa ser agitado com novidades advindas do projeto pedagógico, e não somente dos prestadores de serviço.

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