Skip to main content

Matrículas no ensino superior particular crescem 35% no primeiro semestre de 2022 com aumento de 43% de ingressantes em cursos semipresenciais e híbridos

Os alunos do ensino superior estão de volta às salas de aula e demonstram querer um novo formato de graduação, mais flexível e tecnológico. É o que demonstra a pesquisa “Observatório da Educação Superior: o que atraem mais os estudantes”, realizada pela empresa de pesquisas educacionais Educa Insights em parceria com a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).

O número de matrículas no primeiro semestre de 2022 aumentou 35% e os cursos semipresenciais e híbridos tiveram o maior avanço, com 43% dos novos ingressantes em comparação com mesmo período do ano passado.

Os investimentos em tecnologia e novas abordagem de ensino-aprendizagem são legados da pandemia que impulsionou o hibridismo e a adoção de novas tecnologias. Os cursos semipresenciais e híbridos passaram a ser foco de atenção dos universitários que buscam mais flexibilidade. Na avaliação do diretor presidente da ABMES, Celso Niskier, os números demonstram a aprovação do ensino EAD por parte dos estudantes.

“A pesquisa mostra que os dois anos da pandemia mudaram a cabeça dos estudantes a respeito da oferta de EAD. O interesse deles pelas graduações não presenciais quase dobrou. Continuamos percebendo que os cursos a distância vão continuar crescendo mais rápido do que os tradicionais. Os jovens ‘provaram’ do modelo híbrido e gostaram e, portanto, hoje têm mais interesse nessa modalidade não presencial do que tinham antes da pandemia”, explicou.

Perfil dos alunos e tendência reforçada no EAD

O “Observatório da Educação Superior: o que atraem mais os estudantes” foi realizado a partir da análise de microdados do Censo da Educação Superior 2020 apurada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), divulgado em fevereiro de 2022 e dados de captação de alunos entre setembro de 2021 e abril de 2022 de pequenas e médias IES que oferecem cursos nas duas modalidades: presencial e EAD.

O levantamento faz parte do acompanhamento realizado pela Educa Insight em parceria com a ABMES desde março de 2020, e leva em consideração os impactos do contexto pandêmico na educação superior brasileira. Para delinear os perfis dos estudantes, a Educa Insights os dividiu em quatro grupos, dois com aqueles que já tinham interesse na modalidade independente da pandemia – demanda tradicional e demanda reprimida – e outros dois que passaram a considerar a opção após o contexto de restrição sanitária – potencial orgânico e potencial inovação.

Em comum, os grupos têm em sua maioria mulheres que trabalham e têm renda média de 1,5 a 3 salários-mínimos. Entre aqueles que já desejavam fazer cursos não presenciais, boa parte busca por mais capacitação, pois têm o ensino superior completo e mais de 40 anos. Os grupos potenciais têm perfil mais jovem, boa parte na faixa etária até 24 anos, com ensino médio completo e buscando a primeira graduação.

Ensino superior - Educa Insights/ABMES

Os dados apurados pela Educa Insights reforçam a tendência confirmada pelo Censo da Educação

Superior 2020 do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que fez o levantamento até 31 de junho de 2021 e divulgou os resultados em fevereiro deste ano. A área de saúde merece destaque com crescimento de 94% na modalidade EAD em comparação com os dados anteriores: representou 34% dos novos alunos frente aos 18% de 2018.

Na avaliação dos microdados do Censo, merecem destaques as matrículas nos cursos de Biomedicina, Fisioterapia e Nutrição que tiveram a migração de modalidade mais significativa entre 2018 e 2020, um crescimento de 279%, 115% e 65%, respectivamente. Seguindo a tendência, o curso de Enfermagem passou de 19% de alunos on-line para 33%, um avanço de 38%.

O maior interesse por cursos não presenciais é resultado do efeito da pandemia da Covid-19. De acordo com o levantamento, a modalidade era considerada como opção por 40% dos futuros universitários no contexto de pré-pandêmico e se tornou uma alternativa para 78% depois deste período.

Compartilhe: