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Com o ensino híbrido como norte e as metodologias ativas de principais ferramentas, a Educação precisa realizar uma mudança de cultura para evoluir

O fio condutor do segundo dia da II Jornada Bett Online possibilitou aos palestrantes e expositores compartilhar experiências e soluções durante as lives, palestras e oficinas virtuais. Com holofotes voltados para o ensino híbrido e as metodologias ativas, o evento, organizado pela Bett Educar, reuniu, na tarde de 12 de maio, nomes de peso da área.

Referência no país quando o assunto é metodologias ativas, Lilian Bacich, cofundadora da Tríade Educacional e coordenadora de pós-graduação em Metodologias ativas no Instituto Singularidades, dividiu a plenária 1 com Leo Burd, pesquisador do MIT Media Lab e diretor da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa, para abordar experiências nacionais e internacionais.

Simultaneamente, José Moran, professor, pesquisador e mentor de projetos de transformação da educação básica e superior, com foco principalmente em metodologias ativas, modelos híbridos, tecnologias digitais dividia a tela com Paulo Tomazinho, também professor e pesquisador, além de fundador da Meta Aprendizagem, consultoria especializada em implantar metodologias ativas em escolas e instituições de ensino superior.

O evento é transmitido por meio de uma plataforma 3D, e continuará até sexta-feira, dia 14 de maio. O Educador21, parceiro de conteúdo da Bett Educar, acompanha as palestras e oficinas para fazer uma cobertura completa. O tema central, “Transformação Digital e Humana da Educação”, norteia cada dia do evento a percorrer uma trilha de conhecimento seguindo um eixo temático predeterminado.

Para esta quarta, 13, a Jornada, com início às 14h, abordará questões voltadas para saúde mental e habilidades socioemocionais — tanto nas palestras previstas para as duas plenárias, quanto nas oficinas virtuais e no Palco Lives. Serão debatidos temas como “Convivência ética e valores potencializados pela tecnologia” e “Meditação e bem-estar na sala de aula”.

Um dos destaques deste terceiro dia da Jornada deverá ser a Sessão Google, reservada para a Plenária 2, a partir das 14h. Com o tema “Tecnologia na educação: conectando pessoas, promovendo aprendizagem e facilitando pesquisa”, a apresentação reunirá os representantes da empresa Ben Gomes, SVP Education, Tia Lendo, Head de Cloud Education Marketing, Eleazer Ortiz, Program Manager de Educação Superior, e Daniel Mamoré, Head de Public Sector Sales no Brasil.

Os participantes também podem “transitar” pelos estandes virtuais na platafrma 3D, onde há diversas atividades como oficinas e palestras. O Intellectus, por exemplo, preparou duas palestras, que podem ser acessadas também nestes links: “Como fidelizar clientes: 3 passos para ir além da captação“, às 14h, ministrada por Luciana Sant’Anna, e “Ensino híbrido pós-pandemia: aprendizagem invertida sem mistérios“, às 16h , com Fábio Benites.

A programação do terceiro dia da II Jornada Bett Online será encerrada com a palestra inspiradora da neurocientista Carla Tieppo, “A educação do Futuro para além da Revolução Digital”. Para ver a lista completa de atividades, acesse este link. Confira, a seguir, alguns dos principais momentos do segundo dia do evento.

Plenárias simultâneas e muito conhecimento compartilhado

Enquanto em uma plenária Lilian Bacich e Leo Burd ressaltavam a importância das comunidades de aprendizagem e o olhar para os estudantes como criativos e protagonistas, na outra, simultânea, José Moran e Paulo Tomazinho chamavam a atenção dos educadores para a necessidade urgente de flexibilização e mudança de cultura no setor.

Com foco no ensino híbrido, Lilian Bacich falou de três elementos essenciais — coerência, formatação de projetos e abrangência — que devem ser observados para diversificar as aprendizagens, e sobre a continuidade para retroalimentar a própria experiência com os estudantes. “Em todo esse processo, é preciso observar o tipo de realidade de cada aluno, de cada escola e comunidade de aprendizagem para levar as experiências que fazem mais sentido”, observou a cofundadora da Tríade educacional.

Na plenária 2, o educador e especialista em metodologias ativas José Moran apontou a necessidade de novos modelos mentais que exigem que gestores e docentes pensem em uma forma mais aberta e arrojada. Para o pesquisador da USP (Universidade de São Paulo), flexibilidade não é só presencial ou online; significa redesenhar a escola e a universidade como um todo, principalmente os currículos.

Moran também ponderou que as inovações estão ocorrendo em pequenas escalas e, no fundo, acabam não mudando muito. E mostrou decepção com a postura de algumas escolas que voltaram ao presencial: “Os modelos síncronos que estão acontecendo agora são meio idiotas. A transmissão tem que ser curta e envolver os grupos, além de ter propostas diferenciadas”.

Tomazinho, por sua vez, defendeu que, na educação, sobressai quem mais rápido experimentar, errar e aprimorar práticas didáticas — é o criar, testar e aprender, que só alcança quem adota flexibilidade nos projetos pedagógicos. “O gestor tem que pensar como transformar um profissional de ensino em um profissional de educação. O primeiro ponto é que a mudança seja interna, com consciência mais elevada. Em seguida, a missão é aumentar a consciência pedagógica e a fluência didática desse educador”, diss o educador, que deixou três pontos de reflexão para os participantes:

  1. ensinamos muito e os alunos aprendem pouco 
  2. ensino nem sempre significa aprendizagem 
  3. nota é um indicador ruim de aprendizagem 

Avaliação, inclusive, foi o tema da palestra da edtech Evolucional, no Palco Lives. Segundo Vinícius Freaza, sócio-diretor da Evolucional, não é um assunto fácil entre os educadores, já que durante muito tempo as avaliações têm ocupado um lugar que não é dela dentro da educação.

“Nós educadores precisamos enxergar o verdadeiro propósito da avaliação. Ela não poder ser apenas o final de um processo, mas deve ser utilizada para entender aonde estamos indo. A avaliação deve servir para os professores tomarem decisões; os dados que vêm das avaliações, sejam elas processuais, externas, devem servir o propósito de tomada de decisão. A avaliação é o GPS da educação”, declarou Freaza, ao defender um modelo de Data Driven Education, ou seja, uma gestão educacional com tomada de decisão e planejamento estratégico baseados na coleta e na análise de informações.

Também participaram com palestras no Palco de Lives: Microsoft,Conexia, SAE, SAS, Editora do Brasil, Google, Plataforma A+, Lenovo, AWS, FTD e CNA.

Sessão Microsoft e o encerramento com Augusto Cury

A Sessão Microsoft “Reimaginando a Educação: Lições aprendidas e um olhar para o futuro”, contou com a presença de Anthony Salcito, vice-presidente Global de Educação da empresa, além de Vera Cabral, diretora de Educação da Microsoft Brasil, Raniere diretor de Tecnologia e Inovação do Grupo Educacional Paraíso (PE), e Sílvia Scuracchio, diretora Pedagógica e Head de Inovação da Escola Bosque (SP).

“As oportunidades e missões são para os estudantes projetos de vida e habilidades fundamentais para as futuras carreiras, com suporte para insights e guia para os jovens, mesmo aprendendo remotamente”, descreveu Anthony Salcito, enquanto acontecia a palestra “Como desenvolver Steam no Ensino Híbrido” na plenária 2.

Mariana Peão Lorenzin, mestre na área de Ensino de Ciências com foco na formação de professores e STEAM, e Talita Marcília, coordenadora Pedagógica do Ensino Médio no Colégio Humboldt, falaram sobre as adaptações do STEAM — metodologia que mistura conceitos de Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática para trabalhar essas diferentes áreas de uma maneira conjunta no desenvolvimento de um mesmo projeto — ao ensino remoto emergencial durante a pandemia, e as expectativas para o ensino híbrido.

Talita apresentou suas experiências e destacou as trocas por meio do STEAM e as potencialidades com as habilidades remotas que acabaram sendo desenvolvidas neste período. “Personalizar em escala faz com que a avaliação passe a ser olhada não como prova, mas como processo”, explicou Mariana.

O dia foi encerrado com a palestra inspiradora “O mundo clama por saúde mental”, ministrada pelo médico psiquiatra, pesquisador e idealizador da Escola da Inteligência Augusto Cury. O especialista falou sobre as perdas e o luto na pandemia, e como os professores devem trabalhar as questões emocionais, e adiantou a pauta das atividades do terceiro dia da Jornada, que abordará saúde mental e habilidades socioemocionais. “Fale mais para seus alunos. Seja um professor perguntador, para fazer seu aluno um ser pensador, e não um repetidor de opinião”, disse Cury

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