Conversamos com Vinicius Freaza, diretor de inovação pedagógica da edtech Evolucional para te explicar direitinho esse conceito
O perfil do educador do século 21 está em constante mudança, pelo menos teorica e idealmente. Há alguns anos vem se falando em professor 3.0, rapidamente passando para professor 4.0. E para além: enquanto a sociedade idealiza o professor 5.0, a educação ainda opera em formatos antigos, no 2.0, de quando o mundo era analógico.
Com tantos avanços tecnológicos, por que a educação ainda não avançou? Será que a educação conseguirá, efetivamente, preparar talentos para o amanhã? Como as próximas gerações de professores e alunos se comportarão nessa constante evolução?
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“Durante muito tempo, os professores tiveram de se submeter a um sistema educacional extremamente formatado, com tempo e materiais definidos a serem cumpridos. Agora, há uma oportunidade única de inovar, pois a estrutura formatada que existia antes foi por água abaixo”, disse Vinicius Freaza, diretor de inovação pedagógica da edtech Evolucional.
Nesta nova era, o professor assume papel de facilitador e as aulas integrarão não mais uma, mas todas as disciplinas, que serão aprendidas por meio de cases e experiências reais. Na chamada Educação 5.0, professor inspira e aluno lidera. Por isso, a demanda por novos modelos de ensino e de aprendizagem é premente.
Fato é que o mundo 5.0 demanda formas diferentes de resolver problemas. A cultura de pensar muito além da apostila é fundamental nesse cenário. Por isso, o professor 5.0 precisa ser capaz de ensinar as crianças a pensar e a ter pensamento crítico.
“Professores que tiverem boas ideias, capacidade de comunicá-las e executá-las vão se destacar como referências e boas oportunidades surgirão. O professor precisa aproveitar esse momento onde há abertura para experimentações e para o novo, e propor aquilo que ele sempre sonhou em executar mas nunca pôde”, pontuou Freaza.
5 características do professor do futuro
Existem muitas características, apontadas há muito tempo, como fundamentais para os educadores — tais como a sensibilidade do professor para com os diferentes tipos de alunos, o olhar humano e a capacidade de trabalhar com as questões socioemocionais mesmo em áreas aparentemente tradicionais. De acordo com Freaza, essas características continuarão sendo necessárias para qualquer professor, uma vez que este é um profissional que trabalha diretamente com gente.
Mas, a pedido do Educador21, o diretor de inovação pedagógica da Evolucional traz outras cinco características que considera importantes para o educador do futuro, neste contexto de novas tecnologias e ensino híbrido catalisado pela pandemia da Covid-19:
1. Fluência digital: o professor precisa se sentir à vontade com as tecnologias e possuir tranquilidade para aprender sobre aquelas que não domina.
2. Mentalidade “data-driven” (dirigida por dados): muitos dados são gerados pela interação massiva dos alunos com as tecnologias por conta da pandemia. O professor precisa considerar esses dados como parte de sua estratégia de planejamento.
3. Capacidade de inovação metodológica: com adoção do ensino híbrido, novas propostas metodológicas poderão ser desenvolvidas pelos professores.
4. Atualização colaborativa: a participação em comunidades virtuais com pares para trocas de experiências gera aprendizado instantâneo e prático.
5. Presença digital: professores com produção e portfólio online serão reconhecidos na web, e não apenas pelos seus alunos.
Fora do Brasil, Singularity University, Massachusetts Institute of Technology (MIT), Oxford, Stanford e Florida Polytechnic University são citadas como universidades que já ingressaram na nova era. Em vez de fomentar o ensino tradicional, buscam a resolução de problemas e o uso de cases.
É onde se encaixa o “agile learning”, que assim como a cultura das startups, promove o ato de errar rápido e um aprendizado baseado na causa. E você? Já está se preparando para se transformar em um professor 5.0?