Pré-Incubadora conecta alunos a impacto social, tecnologia e ODS da ONU, em um modelo que inspira escolas a repensarem seu papel
A inovação deixou de ser um discurso abstrato para se tornar parte concreta da rotina escolar. Em Londrina, o Colégio Positivo transformou esse conceito em prática com a Pré-Incubadora de Ideias, um laboratório que convida crianças e adolescentes a desenvolverem soluções para problemas reais, conectadas a pelo menos dois dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Mais do que um espaço de aprendizagem criativa, a iniciativa posiciona a escola como referência em práticas pedagógicas inovadoras. O credenciamento pelo Sistema Estadual de Ambientes Promotores de Inovação (Separtec) reconhece o Colégio Positivo como a única escola privada do Paraná a integrar oficialmente esse ecossistema, aproximando o ambiente escolar das metodologias de startups, centros de pesquisa e hubs de inovação.
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Para gestores, o projeto evidencia como a escola pode assumir papel protagonista na formação de estudantes protagonistas, críticos e empreendedores — sem abrir mão do currículo, mas ampliando sua função social.
“Mais do que estimular a criação de empresas, buscamos promover autonomia intelectual, protagonismo e empatia. Os estudantes aprendem a olhar para o mundo com responsabilidade e criatividade”, destacou Janaína Bichaco, professora responsável pela iniciativa. De acordo com a educadora, o maior impacto é cultural. “Eles não precisam esperar a universidade ou o mercado de trabalho para inovar. Já estão fazendo isso aqui dentro”, disse.
Laboratório de ideias: um case para gestores educacionais
Na prática, a Pré-Incubadora opera como uma incubadora de startups adaptada ao universo escolar. As equipes de alunos têm acesso ao Laboratório Maker e a uma sala exclusiva para ideação e prototipagem. O programa inclui mentorias semanais, oficinas, rodas de conversa, visitas técnicas e participação em eventos de empreendedorismo jovem, em parceria com Sebrae, TCS Consultancy Service e UTFPR.
Essa dinâmica evidencia um modelo replicável para outras instituições: integrar inovação ao cotidiano escolar a partir de metodologias ágeis e de uma rede de parceiros estratégicos. Além de ampliar a aprendizagem, o projeto gera engajamento comunitário e fortalece a identidade institucional perante famílias e sociedade.
O Pitch Day, realizado no pavilhão Smart Agro da Expo Londrina, marcou o ápice do ciclo. Ali, as equipes apresentaram suas soluções diante de especialistas, investidores e empreendedores, consolidando a experiência prática de transformar ideias em projetos viáveis.
Escola como ambiente de transformação: projetos que unem tecnologia, propósito e ODS
A experiência mostra que colocar os estudantes como protagonistas da inovação é, também, um caminho para que as escolas se mantenham relevantes, conectadas e preparadas para formar cidadãos do século 21.
Para gestores que acompanham tendências de inovação, o Colégio Positivo oferece um case inspirador: ao criar uma Pré-Incubadora de Ideias, a instituição transformou a escola em hub de inovação, capaz de antecipar práticas que dialogam com o mercado e com a sociedade.
Entre os trabalhos selecionados no Pitch Day, três se destacaram por sua aplicabilidade social e potencial de impacto:
- Mico das Mãos Mágicas – Dispositivo que capta a voz do professor e projeta em Libras com apoio de inteligência artificial. De baixo custo, amplia a inclusão de alunos surdos, alinhado ao ODS 4 (Educação de qualidade) e ODS 10 (Redução das desigualdades).
- Sistema de Irrigação Sustentável – Voltado a hortas e pequenas plantações, utiliza sensores de umidade, energia solar e Arduino para economizar água, em consonância com o ODS 6 (Água potável e saneamento) e ODS 7 (Energia limpa e acessível).
- Estufa Caseira Climatizada – Criada por alunos do Ensino Fundamental, a solução permite cultivar hortaliças em espaços reduzidos, com custo estimado de R$ 252,00. Alinhada ao ODS 2 (Fome zero e agricultura sustentável) e ODS 12 (Consumo e produção responsáveis).
Esses exemplos mostram como é possível conectar formação acadêmica, impacto social e tecnologia em um mesmo espaço de aprendizagem, reforçando a relevância de projetos que transcendem a sala de aula.
