A CEO da HUMUS Educação e head de Conteúdo do GEduc, Sonia Simões Colombo, fala sobre os dados apurados no Indicador GEduc neste artigo para o educador21
Sonia Simões Colombo*
Falar sobre gestão em um passado recente junto a um grupo de educadores era motivo de rejeição quanto à concepção do termo, bem como pela respectiva prática no cotidiano das escolas. A não aceitação acontecia por conta de uma visão distorcida a respeito dos atributos e das finalidades que englobam esta atividade.
Muitos educadores tinham receio de reduzir a instituição de ensino a uma empresa mercantilista, desprovida dos nobres valores que contemplam o meio acadêmico. A tendência era considerar apenas os atributos pedagógicos, os conhecimentos e os saberes, sem se preocupar com o pragmatismo e racionalidade existentes no mundo corporativo. Havia escassez de literatura sobre gestão educacional e a imaginação deturpada sobre os seus efeitos impedia a revisão deste paradigma. Entretanto, a concorrência acirrada, evasão, queda no número de alunos, dificuldade na captação de novos discentes, inadimplência elevada e clientes mais exigentes fizeram com que as escolas passassem a se interessar sobre a implementação das estratégias e ferramentas próprias da gestão.
Timidamente, alguns dirigentes educacionais, começaram a participar de congressos e seminários que despontavam neste segmento, debatiam sobre o assunto com seus pares, buscavam literaturas no mercado e um movimento positivo passou a vigorar. Começaram a perceber e constatar que é perfeitamente possível preservar na gestão o núcleo central que permeia a razão de ser do trabalho educativo. Verificaram que a filosofia e a linha pedagógica da escola caminham juntas na prática da boa gestão, não correndo o “risco” de transformar a instituição de ensino em uma empresa mercantilista, pelo contrário, exemplos de sucesso foram surgindo no mercado educacional, colaborando para a compreensão dos atributos da gestão.
Aos poucos, foi se compreendendo que gerir é uma atividade mais ampla do que administrar, pois engloba, além dos aspectos de planejamento, organização, controle, acompanhamento e avaliação, também os atributos do pensamento e ação estratégica, inovação e aprendizagem permanente dos processos organizacionais. A gestão é um processo pragmático, com foco em resultados. Não adianta ter apenas o esforço na busca de objetivos e metas, pois o que é relevante é a eficácia obtida.
As instituições de ensino encontram-se em um novo momento no âmbito da gestão de seus processos, sejam eles acadêmicos, administrativos, mercadológicos ou financeiros e precisam e sabem da importância de se obter resultados positivos para poderem sobreviver e desenvolver em seus empreendimentos educativos, tanto quanto as demais empresas contemporâneas.
Diante deste contexto, lançamos o Indicador GEduc, com a finalidade de realizarmos um diagnóstico preciso dos desafios das instituições de educação básica e superior no Brasil. Ele foi idealizado com o objetivo de ser um termômetro para o gestor educacional, apontando quais são os pontos sensíveis nos quais as instituições podem avançar.
Sabemos que os principais desafios atuais da Gestão Educacional incluem garantir a qualidade do ensino, promover a inclusão de todos os alunos, lidar com a guerra do ticket e os inúmeros concorrentes, capacitar os professores, adaptar-se às mudanças tecnológicas, principalmente no âmbito da inclusão da inteligência artificial e não perder o foco das relações sociais, sempre em constante evolução.
O Indicador GEduc concentrou a pesquisa nas seguintes questões:
- Seus professores e alunos têm utilizado IA de forma direcionada pela instituição?
- Sua organização tem parcerias com outro segmento visando melhores resultados acadêmicos?
- Você considera que a “guerra do ticket” é uma ameaça para a sua instituição?
- Sua instituição utiliza análise de dados para delinear as ações pedagógicas e curriculares?
- Sua instituição possui uma prática estruturada para educação especial e inclusiva?
- Sua instituição possui uma política estruturada com relação à saúde mental dos alunos e professores?
Não é mais pertinente que o gestor educacional que tenha sob a sua responsabilidade pessoas, recursos, processos e clientes, execute movimentos amadores e centrados apenas nos princípios e nas normas de ordenação e controle, próprios da administração tradicional. Não há mais espaço para ações calcadas apenas na intuição e na experiência do que deu certo no passado. Portanto, o Indicador GEduc tem a intenção de trazer dados concretos e insights para ajudar o gestor na tomada de decisões, entendendo melhor o mercado e as tendências.
O Indicador GEduc é uma parceria entre três marcas: GEduc, HUMUS Educação e Mira Comunicação, visando fornecer insights valiosos e orientações práticas para os gestores educacionais, contribuindo assim para o aprimoramento contínuo do sistema educacional brasileiro. Para conhecer o resultado completo do Indicador GEduc, acesse este link.
A gestão educacional tem muito a ser aperfeiçoada. Com certeza, cada vez mais, o que diferenciará uma escola da outra será a qualidade dos cursos oferecidos e a maneira como é gerida. Não basta a escola acreditar que tenha qualidade. É indispensável que esta qualidade seja também percebida, de fato, pelos seus atuais e futuros alunos, influenciando as decisões destes. E para esta qualidade ser percebida todos precisam participar desta gestão: mantenedores, diretores, coordenadores de cursos, coordenações pedagógicas e professores.
Os desafios são inúmeros e as soluções para otimizar e atender estes fatores convergem, cada vez mais, para a premissa de se ter uma gestão profissional com foco na excelência acadêmica E organizacional. Não estamos aqui nos referindo ao simples “equilíbrio”. Equilíbrio nos remete apenas a metade, ao meio termo e não é esta a meta de uma gestão de sucesso. O ponto a salientar aqui é o E, não o OU.
*CEO da HUMUS Educação, head de Conteúdo do GEduc e presidente do Instituto ELA Educadoras do Brasil