Na sua estréia, Leonardo Libman aborda uma questão delicada: a morosidade da educação brasileira em abraçar a tecnologia
Nos últimos anos, acompanhamos diversos segmentos de nossa sociedade abertos à inovação evoluindo em ritmo acelerado para que houvesse melhoria nos processos, otimização de fluxos, melhor qualidade na jornada do cliente, maior visibilidade e transparência da ponta inicial do fornecedor à ponta final do consumidor.
São milhares de startups pelo mundo levando inovação através de soluções com base em tecnologia avançada, de alta escalabilidade, transformando a vida e os negócios.
Sempre me perguntei os motivos para o segmento educacional não ter acompanhado o ritmo de transformações, comparado a outros. A pandemia, nos últimos anos, sem dúvida forçou involuntariamente a flexibilização do ecossistema educacional a novas soluções importantes para o setor.
A educação, principalmente no Brasil, tem uma característica de aversão a novas tendências tecnológicas. Claramente é importante dosar o quão benéfico é o uso de tecnologia no aprendizado do dia a dia do aluno, pois fora do ambiente escolar o acesso é praticamente imersivo à redes sociais e jogos online.
Porém, temo que nossa educação seja estacionária ou evolua a um ritmo muito lento nas próximas décadas — justamente por seu perfil cartesiano e conservador.
Observem.
Segundo o World Happiness Report, o país com a sociedade mais feliz do mundo é a Finlândia. Esse índice leva em conta diversos fatores, porém um deles me chamou muito a atenção, e faço questão de compartilhar com vocês.
Há décadas esse país do norte da Europa adotou o VET (Vocational Education and Training), uma educação vocacional onde, desde bem cedo, o aluno é incentivado a desenvolver competências, habilidades e conhecimentos relevantes para que possa performar bem no mercado de trabalho.
Essa prática faz com que os alunos se tornem profissionais atualizados e com alta empregabilidade durante toda a vida. Investimento em Hard Skills resulta em uma sociedade feliz profissionalmente.
Voltando à pauta inicial, minhas considerações são que professores, escolas, mantenedores e grupos educacionais, juntos, abram a mente e pensem na vanguarda para que possamos transformar a atual mentalidade paralítica em uma conjunto de ações inéditas, visando a formação de melhores cidadãos.
É preponderante que a educação, principal segmento do nosso país, adote práticas mais modernas e atualizadas para que possamos formar alunos com norte vocacional bem definidos com a finalidade de, anos depois, tornar nossa sociedade mais produtiva e feliz.
Nesse sentido, as edtechs, startups focadas em educação, têm um papel fundamental na observação e no preenchimento dessas lacunas, além de serem catalisadores na construção de soluções interessantes para ajudar alunos e docentes na jornada por uma educação mais assertiva e completa.