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Em meio à revolução tecnológica, competências humanas se consolidam como diferencial estratégico em empresas e instituições

A tecnologia já está no centro da vida profissional. Saber usar plataformas digitais, interpretar dados e automatizar tarefas tornou-se parte do repertório básico de quem busca competitividade. No entanto, à medida que o mundo do trabalho se torna mais complexo e veloz, cresce o reconhecimento de que o domínio técnico, por si só, não basta.

Nesse contexto, as soft skills ganharam protagonismo. Comunicação, empatia, pensamento crítico e colaboração são hoje competências decisivas para liderar em ambientes incertos e conectados. Mais do que operar ferramentas, é a capacidade humana de analisar, relacionar e decidir que sustenta resultados de longo prazo.

“Fica evidente que as habilidades humanas passaram a ocupar um papel central nas organizações. Essas mudanças estão ligadas às transformações aceleradas e à necessidade de culturas colaborativas e inovadoras”, afirmou Alexandre Gracioso, especialista em competências socioemocionais.

Estudos confirmam essa tendência. Levantamento da Pearson mostra que 90% das habilidades mais valorizadas pelas empresas estão ligadas à dimensão humana. Além disso, projeções indicam que colaboração, inteligência emocional e aprendizado contínuo serão essenciais para a empregabilidade na próxima década.

Apesar da valorização crescente, encontrar profissionais com essas competências tem se tornado um desafio para recrutadores. Uma das razões está na forma como se lida com a tecnologia. Pesquisa publicada no periódico Societies apontou que usuários que dependem excessivamente da inteligência artificial apresentam desempenho inferior em tarefas que exigem pensamento crítico, quando comparados a quem adota uma relação mais equilibrada com os recursos digitais.

Tecnologia e pensamento crítico: o equilíbrio necessário

O alerta é claro: automatizar gera eficiência, mas não substitui análise autônoma. Em um cenário no qual decisões envolvem múltiplos fatores, a reflexão crítica é a base para agir com consciência e clareza. Esse diferencial, justamente, vem se tornando cada vez mais raro no ambiente corporativo.

Diante dessa lacuna, cresce a busca por soluções que desenvolvam soft skills desde a formação inicial até a prática profissional. Empresas têm investido em programas internos de desenvolvimento para ampliar engajamento e autonomia de suas equipes. Ao mesmo tempo, universidades trabalham para incluir habilidades socioemocionais em currículos tradicionais, conectando o aprendizado acadêmico às demandas do mercado.

Na Pearson, essa preocupação se traduz no programa Pearsonabilities, criado para apoiar estudantes ainda durante a graduação. “Muitos chegam ao ensino superior sem espaço para desenvolver essas competências no nível que o mercado exige. O Pearsonabilities antecipa esse processo, com trilhas formativas e certificações alinhadas às demandas reais das empresas”, explica Teresa Islas, gerente de produtos LATAM da companhia.

Em meio a transformações constantes, saber lidar com pessoas, comunicar-se com clareza e tomar decisões conscientes deixou de ser diferencial. É a base do profissional que deseja se manter relevante. O futuro do trabalho será cada vez mais tecnológico na execução, mas humano na essência.

Essa combinação entre domínio técnico e habilidades comportamentais sólidas é o que garante não apenas empregabilidade, mas também a capacidade de inovar, liderar e construir relações de confiança. Em outras palavras: por mais avançadas que sejam as ferramentas, é a inteligência humana que continuará dando sentido às ideias, às relações e aos negócios.

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