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Psicóloga do Grupo Bernoulli Educação, Priscila Lima destaca neste artigo que diálogo é ferramenta primordial no combate ao bullying

Priscila Lima*

O bullying nas escolas é um problema global que afeta milhões de crianças e adolescentes e que pode gerar sequelas na vida dos estudantes, como ansiedade, depressão e isolamento social. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que aproximadamente 30% das crianças em todo o mundo são vítimas deste comportamento abusivo.

O termo “bullying” se refere a agressões e intimidações que ocorrem repetidamente ou de maneira contínua, sofridas ou praticadas em ambiente escolar ou infanto-juvenil. Há várias categorizações sobre os tipos de bullying, mas as principais são: física, psicológica e verbal. O amplo uso das redes sociais revelou, ainda, o cyberbullying.

O problema tem como origem a questão social e deve ser tratado com o não julgamento, acolhimento, contextualização, intervenções, orientações e acompanhamento. Sem uma única razão, podendo variar de busca por popularidade e status social até a expressão de afirmação de poder, é preciso estar atento aos alunos e seus comportamentos, com olhar apurado, escuta sensível e crítica para identificar, de forma precoce, indícios de bullying e poder preveni-lo.

Geralmente, mudanças no comportamento com isolamento, agressividade, choro e labilidade emocional, ansiedade, alteração do sono e outros são características de que possivelmente a criança ou o adolescente esteja sendo vítima de bullying. Pode ser perigoso estabelecer critérios de identificação que potencializem as oposições entre agressor e vítima. O tema que talvez melhor sinalize os aspectos de risco para o bullying seja intolerância à diferença.

No processo de construção de identidade é esperado que o jovem procure identificações com seus iguais, em busca de segurança. Entretanto, o diálogo e as trocas nas diferenças, na pluralidade e na diversidade devem ser estimulados pelos pilares do respeito e da ética.

O diálogo é primordial. Normalmente, os atritos, conflitos e desafios que compõem os espaços sociais são revelados na escola. O convite aos espaços de reflexão e o fomento às atitudes de responsabilidade e ética entre toda a comunidade escolar, deve fazer parte do cotidiano, bem como campanhas e conteúdos informativos sobre bullying divulgados no ambiente escolar; diálogo constante entre equipe pedagógica, alunos e famílias; atividades formativas e reflexivas sobre bullying que envolvem disciplinas e conteúdo da grade curricular como a produção de texto.

É fundamental que escola e educadores trabalhem juntos para criar ambientes seguros e inclusivos para todos os alunos. Isso é possível por meio de programas preventivos, capacitação de professores e estudantes, e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais entre os alunos. Um bom material didático, a qualidade na formação de professores e o diálogo são grandes protagonistas deste trabalho.

*Psicóloga do Grupo Bernoulli Educação

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