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Com um auditório próprio e abordagens em alguns painéis no Congresso, a educação pública ganha voz na Bett

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foi tema de discussão em um dos painéis do segundo dia do Congresso Bett. Na pauta, os painelistas abordaram as transformações do modelo do Saeb desde a sua criação, em 1990, e reforçaram a sua importância para subsidiar políticas públicas e educacionais, e oferecer evidências sobre o processo e a evolução da aprendizagem no país.

Estiveram debruçados sobre essas questões o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Rubens Campos de Lacerda Júnior, o secretário municipal de Educação de Recife, Fred Amâncio, o secretário adjunto de Educação do Estado do Pará, Júlio Meireles, e a titular da Cátedra Instituto Ayrton Senna-IEA/USP e membro do Conselho Científico da Abave, Maria Helena Guimarães Castro.

“Testemunhei a evolução das redes de ensino utilizando os resultados do Saeb com um olhar assertivo sob o processo de aprendizagem. E tive a oportunidade de conhecer sistemas de avaliação em larga escala de diferentes países e o Saeb é, sem dúvidas, um dos melhores do mundo”, disse Fred Amâncio.

Maria Helena Guimarães Castro, ex-presidente do Inep, apontou para uma necessidade de atualização do sistema. Na opinião da especialista, o aperfeiçoamento do Pisa é oexemplo a ser seguido pelo Saeb. “O Pisa incluiu no questionário a avaliação sobre competências socioemocionais, o que é muito válido no mundo atual. Temos o desafio de modernizar o Saeb, que é muito bom, mas precisa melhorar”, destacou. Já Rubens Campos, afirmou que entre as ações planejadas para a atualização do Saeb estão as novas matrizes de referência para ensino fundamental e médio e a reavaliação no desenvolvimento dos questionários contextuais.

Cláudia Costin: ‘Sonho com uma escola onde possamos combinar execência e equidade’

O painel “Garantindo alfabetização para todos: O impacto das soluções educacionais”, no Auditório de Educação Pública, contou com a participação da educadora Claudia Costin, presidente do Instituto Singularidades, um centro de referência em formação de professores e especialistas em educação. Ex-secretária municipal de Educação no Rio de Janeiro e uma referência em políticas públicas para o setor, especialmente no segmento da educação básica, Cláudia chamou a atenção para a necessidade de a educação pública trabalhar com base em dados.

educação pública claudia costin

“Sonho com uma escola onde todos aprendam e onde possamos combinar excelência e equidade. Uma escola onde os professores e gestores possam trabalhar colaborativamente, onde os alunos aprendam a se reinventar, porque ele vai ter que se reinventar múltiplas vezes na sua jornada laboral. Chega de ilhas de excelência nos municípios; precisamos de excelência para todas as crianças”, frisou Cláudia Costin.

A educadora ainda compartilhou com os presentes alguns direcionamentos de atitudes para ser um bom professor nestes tempos de mudanças:

  • Deixar de ser percebido e se perceber como “mero fornecedor de aulas expositivas” para ser “assegurador de aprendizagem”.
  • A tarefa secular da educação: transmitir o conhecimento historicamente acumulado para as novas gerações mas também prepará-las para serem disruptivas.
  • Ter orgulho profissional e espírito de time.
  • Compensar a formação inicial hoje ainda divorciada da realidade da escola com aprendizagem e planejamento colaborativos.
  • Acabar com o negacionismo científico na educação: trabalhar com dados e indicadores.
  • Ensinar a aprender a aprender.

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