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Especialistas, líderes educacionais e estudantes foram instigados a reimaginar a Educação do futuro no evento da Microsoft

Na última terça-feira, dia 13, a Microsoft levou educadores de toda a América Latina a reimaginar a Educação. O evento Microsoft Reimagine a Educação reuniu especialistas da companhia, líderes educacionais e estudantes para apresentar suas histórias sobre como eles reimaginaram o processo de ensino e aprendizagem na região. Na pauta, o futuro da educação com o uso da tecnologia, além de apresentar casos de organizações de educação que estão utilizando nossas tecnologias para o ensino. 

A abertura foi realizada por Anthony Salsito, vice-presidente Global de Educação da Microsoft. Em sua fala, o VP disse que a nova década é de otimismo e liderança. De repensar os lugares em que aprendemos e em que lugares aprendemos com tecnologia. “A Inteligência Artificial está revelando o potencial de aprendizagem e eficiência de cada um de nós.”

A Microsoft está empolgada com esse potencial e com o futuro da economia que está se desenvolvendo em nuvem. Esse futuro apresenta cinco grandes movimentos:

  • Inteligência Artificial
  • Realidade Mista
  • Internet das Coisas
  • Blockchain
  • Computação Quântica

Mas a nova realidade vem acompanhada de preocupações atuais. É preciso dar importância à saúde mental de estudantes e professores para construir esse futuro, de acordo com Salsito. Para o VP Global de Educação da Microsoft existe uma mudança importante de paradigma a longo prazo. E esse paradigma é a importância das relações e o uso do tempo: como realmente acelerar o potencial do ensino remoto? Como fazer o uso da sala de aula? Para o empresário, eliminar a tensão entra ensino remoto e experiência presencial e chegar ao equilíbrio é o caminho da educação do futuro.

“Um futuro em que a sala de aula traz menos tecnologia e mais qualidade de relacionamento e a tecnologia aumenta a sua presença fora desse espaço para aprofundar e orientar o estudo remoto e individual. Os estudantes serão responsáveis pelo seu aprendizado e os professores serão o fio condutor, o guia desse aprendizado. A tecnologia vai ser essa ponte de forma acelerada, personalizada e gerando novas oportunidades. Ela vai empoderar educadores, engajar estudantes, transformar experiências e otimizar operações.

Ensino híbrido é o caminho apontado pelos especialistas

Com palestras em português e espanhol, o evento também contou com a participação de outras lideranças da Microsoft, como Vera Cabral, diretora de Educação para a Microsoft Brasil, Luciano Braverman, diretor de Educação da Microsoft América Latina, e referências internacionais em educação, como Michael Fullan, diretor de Liderança Global New Pedagogies for Deep Learning, e Marcelo Cabrol, gerente da Área Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Cabrol fez uma apresentação sobre as desigualdades educacionais, que já eram alarmantes na América Latina e pioraram com a pandemia. “A diferença de acesso e qualidade de ensino entre os países mais ricos e mais pobres aumentou assustadoramente. Para os Estados Unidos e a Europa, o fechamento das escolas representou um perda equivalente a seis meses de aula, mesmo com o ensino remoto. Já para a América Latina, essa perda representou 2,5 anos para a população mais pobre.

Ainda de acordo com Cabrol, é possível vislumbrar uma oportunidade nessa situação se, na retomada, os países mais pobres encararem que o mundo educativo mudou para sempre e adotarem a educação híbrida como caminho. O representante do BID também ressaltou que neste período de pandemia apenas nove países foram capazes de criar um ensino híbrido de qualidade e com acesso real. “A Itália implementou um projeto de tutores personalizados por videoconferência, e os seis meses que teriam sido perdidos já se comprovaram como resgatados com essa iniciativa.”

A Microsoft ainda disponibilizou aos participantes o acesso ao documento A reinvenção da educação: o futuro da aprendizagem, que marca posição sobre a mudança de paradigma para a educação, da aprendizagem remota à aprendizagem híbrida. Feito em parceria com o NPDL, o material pode ser baixado gratuitamente pelos leitores do Educador21 neste link.

Vera Cabral, diretora de Educação da Microsoft Brasil, apresentou vários cases de parceiros Microsoft com iniciativas bem sucedidas em que a tecnologia criou pontes e oportunidades para uma nova educação, mesmo em tempos difíceis. “Temos que garantir que as crianças e jovens possam adquirir as competências necessárias para alcançarem o futuro que desejam”, disse, a diretora, completando que é importante que as ferramentas adotadas hoje mudem o papel dos professores de fornecedores de conhecimento para tutores de conhecimento.

Evento trouxe diversos cases de sucesso do bom uso da tecnologia

O evento também abriu espaço para o case da Tec. de Monterrey, Hernán Garcia, VP de Talento, Cultura e Experiências, relatou o bem sucedido projeto em que a Inteligência Artificial (IA) é utilizada como complemento aos professores no papel formativo. “A IA aconselha, orienta, encontra interesses para o aluno e ao mesmo tempo aprende com ele a repensar, redesenhar, novas formas de interagir, trabalhar e resolver situações”, disse. Em seguida, dois outros painéis enriqueceram os exemplos.

O primeiro, moderado por Vera Cabral, discutiu o desafio de levar o ensino até as crianças da educação básica e jovens universitários nesse período sem aulas, com Caroline Cerqueira, gerente de Tecnologia para Educação Básica do Grupo Marista, e Luiz Coimbra, diretor de Arquitetura e Dados da Kroton. O segundo painel, moderado por Ronaldo Mota, diretor Científico da Digital Pages, teve como convidado Celso Niskier, presidente da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior) e reitor da UniCarioca, abordou o a importância do pensamento computacional na educação básica, a importância do desaprender para reaprender, do letramento digital e a introdução do algoritmo desde cedo na educação básica.

Marcio Fernandes, gerente de Analytics da FTD Educação, também falou no evento. O especialista e destacou a utilização de dados para o aprimoramento educacional relatando o caso FTD, em que os dados são importantes não apenas para TI, mas também para as demais áreas como RH, conteúdo e marketing. E o penúltimo case trouxe o projeto de transformação digital Chat Bot Mari, adotado na cidade Guanajuato no México.

Ulyses Villa Landaverde, diretor-geral de Sistemas e TI da Secretaria de Educação de Guanajuato, e Eduardo Hernandez, diretor de Engenharia de Software da Secretaria de Educação de Guanajuato, descreveram o projeto que levou mais transparência e agilidade para alunos, famílias e professores durante a quarentena. No encerramento do evento, Michael Fullan, diretor Global NPDL (New Pedagogies for Deep Learning), lembrou, em sua palestra, como estava a educação: estagnada e com alunos desinteressados. E destacou que o futuro está em jogo.

“Estamos reposicionando-o, chamando-o de a batalha da década. Temos uma oportunidade única na história para transformar a educação”, disse Fullan, frisando que o objetivo da educação não é apenas sobreviver à Covid-19, mas chegar ao fim desse ciclo com algo significativamente melhor do que tínhamos em 2019: “Essa retomada precisa ser focada na integração de bem-estar e aprendizagem profunda”. 

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