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Confira, também, a cobertura do Educador21 do terceiro dia da II Jornada Bett Online, que abordou saúde mental e habilidades socioemocionais

Está chegando ao fim a II Jornada Bett Online. O evento, 100% gratuito e online, teve início no último dia 11 de maio e termina nesta sexta-feira, dia 14, entregando mais uma tarde repleta de conhecimento e interação. Abordando um eixo temático por dia, caberá à despedida abrir espaço para questões sobre gestão de mudanças/inovação. E a novidade: depois do encerramento do evento, a Bett Educar estará em uma sala de bate-papo no Clubhouse (disponível apenas para iOS) para conversar sobre a Jornada. 

Com o tema “Transformação Digital e Humana da Educação” e transmissão por meio de uma plataforma 3D, a Jornada organizada pela Bett Educar — maior evento de inovação e tecnologia em Eduação da América Latina — possibilitou, durante quatro dias, o compartilhamento de conhecimento, reflexões sobre o futuro do setor e também aprendizagem prática e networking. O Educador21, parceiro de conteúdo da Bett Educar, acompanha as palestras e oficinas e faz uma cobertura completa.

A Jornada Bett Educar se encerrará, no dia 14 de maio, com as apresentações relacionadas a gestão de mudanças e inovação, mas que também abordam diversidades. Janine Rodrigues, fundadora da Piraporiando, e Cassio França, da liga das escolas Antirracistas, são referências no setor que estarão moderando discussões com temas como “Inovação com tecnologias disruptivas”, “Como as tecnologias podem incluir” e “Por uma educação antirracista e anti-preconceito”.

Também merece atenção a sessão especial “Como obter sucesso na gestão escolar em um ambiente de incertezas, mudanças e inovação”, com Sandro Bonás, CEO da Conexia Educação — considerada uma das empresas mais inovadoras do setor educacional. O encerramento ficará a cargo da palestra inspiradora “Tempos de Incerteza – Escola como Barco, Bússola e Bóia”, ministrada por Alexandre Le Voci Sayad, Jornalista e educador, diretor da ZeitGeist e co-chairman internacional da aliança internacional da Unesco em educação midiática, a Unesco MIL Alliance. Para ver a lista completa de atividades, acesse este link

Confira, a seguir, alguns dos principais momentos do segundo dia da II Jornada Bett Online, que teve a neurocientista Carla Tieppo fechando o dia com uma palestra inspiradora intitulada “A Educação do Futuro para além da Revolução Digital”, onde falou sobre os desafios do momento. “É um período de fragilidades, de ansiedade, não linear e de um mundo incompreensível, onde precisamos de flexibilidade cognitiva e organização, planejamento e atenção, melhorando as funções cognitivas no estudante”, disse a palestrante.

Belezas e perigos da aproximação virtual massiva na pandemia

Termos como cyberbullying, cyberagressão, sexting, função executiva, memória de trabalho, flexibilidade cognitiva, metacognição e etapas do desenvolvimento cerebral foram mencionados, alguns várias vezes, durante as apresentações nas plenárias, lives e também nas oficinas virtuais. O terceiro dia da II Jornada Bett Online trouxe para a mesa virtual de debates um tema essencial ao momento: saúde mental e habilidades socioemocionais.

Durante a sessão Google, na plenária 1, representantes da multinacional de tecnologia apresentaram as soluções desenvolvidas e/ou aprimoradas no último ano para promover a aprendizagem e conectar pessoas durante o enfrentamento da pandemia. Uma prova da preocupação da empresa com essas questões foi a transferência, em junho de 2020, de Ben Gomes, especialista em Search — tendo sido um dos criadores da ferramenta de busca mais usada no mundo –, onde atuou por 20 anos, para uma nova posição, à frente do Google Education.

Sua nova responsabilidade é potencializar as chamadas “learning initiatives”: Google for Education, Google Scholar and education search, assim como a Google Arts & Culture. As áreas foram consideradas de alta prioridade pela companhia devido à crescente importância do aprendizado a distância desde o início da pandemia. Gomes falou na Jornada por meio de um VT apresentado no início da sessão mediada por Juliana Araripe, consultora educacional na CESAR School.

Tia Lendo, Head de Cloud Education Marketing, e Eleazer Ortiz, Program Manager de Educação Superior, além de Daniel Mamoré, Head de Public Sector Sales no Brasil, deram mais detalhes sobre as soluções Google. “Diante do distanciamento social, diminuímos fronteiras, nos adaptamos e até expandimos. E isso é a base do ensino: troca de informação e aproximação entre pessoas”, resumiu Mamoré.

Um lado dessa convivência e proximidade virtual, que pode ser perverso e altamente tóxico, foi trazido à tona pelos palestrantes convidados para o painel “Convivência ética e valores potencializados pela tecnologia”, mediada por Daniela Degani, fundadora da MindKids, programa que leva a meditação mindfulness ao ambiente escolar. Para Telma Vinha (pesquisadora da Unicamp), a escola é um espaço para promover ações planejadas para nortear a comunidade escolar. Incluindo a transformação de ações de acordo com a BNCC, competências e habilidades para análise crítica sobre os conteúdos que são expostos.

“Educar no espaço online é desafiador. Vale incorporar no currículo de forma contínua, com embasamento em estudos e pesquisas, criando situações para exercer a empatia, o exercício intencional da empatia cognitiva e online e, de forma preventiva, mesmo que o aluno ainda não tenha vivenciado situações como cyberbullying, sexting, ciberagressão”, disse a especialista, que foi complementada pelo companheiro de painel, o Cesar Amaral Nunes gerente de desenvolvimento de soluções no Instituto Unibanco.

“Devemos promover um projeto formativo [para os estudantes] como parte do currículo. E melhorar a qualidade das relações e do que nós fazemos com um todo, em busca de qualidade, de excelência. Tudo isso que vimos acontecer no virtual e no real agora é reflexo da sociedade. Na pandemia, observamos quem se saiu melhor quando a sociedade se mostrou mais empática, ou pior, enquanto mais egoísta”, disse Amaral ao ressaltar o aumento dos perigos e da intolerância na internet e nas redes sociais durante este período de uso massivo desses espaços.

Saúde mental, habilidades socioemocionais e meditação: o papel da escola

O papel da escola diante do tema que norteou o dia também foi amplamente discutido pelos palestrantes convidados. “O papel da escola não é tentar voltar, e sim ajudar a elaborar esse luto, esse processo. Criar um programa para apoiar o educador. Porque a escola é um lugar de dor coletiva e não se pode negar isso, mas cuidar disso”, frisou Letícia Lyle, cofundadora da Camino Education e diretora da Camino School, que dividiu o painel com Adriana Fóz, especialista em Neuropsicologia e Psicopedagogia.

“A escola é para a vida. Se as escolas instrumentalizarem os professores e cuidarem de seu aperfeiçoamento profissional para desenvolver habilidades socioemocionais e saúde mental, teremos recursos para um ‘espelhamento’ de bons exemplos para que essas crianças possam aprender a ser autônomas”, disse Adriana Fóz, ao mencionar a parceria da sua empresa, a Neuroconecte, com a Secretaria de Estado de Educação de São Paulo para alfabetizar em saúde mental cerca de 230 mil professores da rede.

Já durante o painel “Meditação e Bem-estar na Sala de Aula”, com Kléber Tani, professor de educação, diretor da Sociedade Internacional de Meditação no Rio de Janeiro e especialista na área de educação baseada na consciência, e Celso Niskier, Diretor-Presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), os palestrantes chamaram a atenção para a sobrecarga de estímulos desse período online.

“Precisamos formar o educador para o autoconhecimento, para a educação da consciência, até porque isso está integrado ao conceito do desaprender, reaprender e aprender. A educação baseada em evidências, a meditação transcendental, que se adequa a qualquer nível cultural e de origem do estudante, não só para o bem-estar, mas em benefício à aprendizagem educacional do estudante”, disse Niskier.

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