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As ferramentas tecnológicas desenvolvidas pelas edtechs quebram diversos paradigmas no setor – até na avaliação educacional

A maioria das instituições de ensino ainda vive e funciona através de um modelo obsoleto de Educação 1.0. Embora muitos neguem isto, há uma continuidade em um modelo viciado e centrado na inteligência individual, onde prioriza-se a aquisição apenas das habilidades cognitivas mais simples como a memorização.

Embora seja essencial para a aprendizagem, a memorização excessiva em detrimento de outras habilidades que envolvem processos mentais mais sofisticados, como a capacidade de analisar ou avaliar, causa mais danos do que benefícios. Faz com que o aprendizado seja mais demorado e estressante, torna o aprendizado superficial, não ajuda na compreensão, faz esquecer mais rápido e não incentiva a aplicação prática.

Como a memorização ensina a importância de uma resposta, os indivíduos que aprendem dessa forma não conseguem fazer conexões mentais. Há confusão entre o seu conhecimento e as soluções que precisam oferecer. A ciência nos prova que alunos, com potencialidades difusas, alcançam soluções através de outros métodos, mas não são expostos a métodos alternativos.

A educação 1.0 é um processo em grande parte unidirecional. Os alunos vão à escola para receber educação dos professores, que lhes fornecem informações em um modelo onde todos os alunos são vistos como iguais em uma educação padronizada e de tamanho único. Não à toa, esse modelo obsoleto caracteriza-se por 3 R’s:

  1. Receber informação do professor
  2. Responder fazendo anotações
  3. Regurgitar tudo em uma única avaliação padronizada

O desafio da memorização é que você deve repetir continuamente as informações para mantê-las na memória. Você pode estudar para um teste e lembrar das informações por alguns dias até o dia do exame. No entanto, é provável que você esqueça as informações dias ou um mês depois. Segundo estudo recente:

●    Após 20 minutos, 42% do aprendizado é perdido

●    Após 24 horas, 67%do aprendizado é perdido

●    Após 31 dias, 79% do aprendizado é perdido

●    Após 60 dias, 90% do aprendizado é perdido

Vale ressaltar que a educação ocorre basicamente em três dimensões: socioemocional, psicomotora e cognitiva. Nesse contexto, em grande parte das nossas escolas, temos visto a aplicação de ferramentas avaliativas sem métodos pré definidos e sem a rigidez científica necessária para coletar dados educacionais de cada uma dessas dimensões.

Portanto, avaliações focadas apenas em processos de memória geram pouca retenção de conhecimento. Sendo assim, o aprimoramento das avaliações cognitivas, com a aplicação dos conhecimentos de psicometria, e a inclusão de novas ferramentas avaliativas direcionadas para aferição das habilidades socioemocionais e psicomotoras, pode ser o caminho mais promissor para a educação.

Precisamos estimular o uso das novas tecnologias para proporcionar um ensino mais humano, com foco no desenvolvimento socioemocional dos estudantes e na geração de soluções que melhorem a vida em sociedade.

A Educação 5.0 é exatamente isso: um elo entre os conhecimentos digitais e tecnológicos às habilidades humanas e socioemocionais para o bem-estar.

Escolas ensinando habilidades modernas, da vida real para o mundo em que vivemos. Trabalho colaborativo, relacionamento interpessoal, empatia e tolerância; criatividade; gestão de conflitos; fluidez na comunicação.

No Brasil, grande parte das instituições de ensino pararam no tempo quando diz respeito à tecnologia. Ainda que possuam softwares de gestão, nem sempre as plataformas são integradas, e a pedagogia e os processos administrativos ficam dissociados.

A adoção de tecnologias educacionais, tal como a Inteligência Artificial, implica em uma nova perspectiva pedagógica, uma verdadeira releitura do que é feito há décadas. Abre-se então, potencialmente, uma revolução no processo avaliativo, valorizando a alta performance dos alunos ao invés de estimular somente a alta competição entre eles.

Para inovar, transformar e fazer diferente, o mais importante é pensar diferente.

Nesse contexto, com uma grande inovação na forma de avaliar, nasceu a plataforma Qstione, focada em questões pedagógicas que envolvem processos de avaliação de estudantes. As principais tecnologias desenvolvidas pela startup nordestina oferecem um sistema completo de gerenciamento de avaliações, articulando o currículo escolar a avaliação. Softwares como o Planeje e a Plataforma Qstione são capazes de nortear escolas na geração e correção de avaliações, construção de planos de ensino e matrizes de referência da avaliação.

“Nas escolas, em grande parte dos casos, a forma de elaborar e construir as avaliações ainda segue o norteamento direto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ou utiliza currículos pouco ambiciosos e construídos precariamente. É preciso instrumentalizar as escolas para que elas construam seus próprios currículos seguindo as melhores práticas pedagógicas, pois a precariedade dos currículos afeta não só a qualidade da avaliação, mas também o planejamento de todas as outras etapas de ensino e a própria qualidade de construção do material didático”, explica o CEO da Qstione.

Sem dúvida, os recursos tecnológicos na educação vieram para ficar e devem ser utilizados em sala de aula, embora não sejam a solução de todos os problemas na educação. Quebrar o paradigma da avaliação é um dos grandes desafios do professor na atualidade.

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