Na Coluna Educação Global, Lara Crivelaro mapeia as novas exigências das universidades no exterior e indica como preparar estudantes para se destacarem
Os processos de admissão universitária internacional estão em constante evolução, refletindo as demandas de um mundo cada vez mais dinâmico e interconectado. Universidades ao redor do globo estão buscando não apenas estudantes academicamente qualificados, mas também indivíduos que demonstrem habilidades socioemocionais, engajamento comunitário e experiências diversificadas.
Este artigo analisa as tendências mais recentes em admissões internacionais e oferece insights sobre como preparar os estudantes para essas exigências.
Valorizando habilidades socioemocionais
Habilidades como empatia, liderança, colaboração e resiliência têm ganhado espaço nos processos seletivos. Universidades procuram alunos que demonstrem:
- Capacidade de trabalhar em equipe: Exemplos de participação em projetos colaborativos ou organizações estudantis.
- Autoconhecimento: A habilidade de refletir sobre experiências passadas e identificar áreas de crescimento pessoal.
- Resiliência: Evidências de como superaram desafios ou transformaram dificuldades em oportunidades.
A importância de projetos extracurriculares
Atividades extracurriculares continuam sendo um dos principais diferenciais nas aplicações universitárias. Além de destacarem interesses pessoais, elas demonstram engajamento e iniciativa. Algumas tendências incluem:
- Projetos de impacto social: Participação em iniciativas que promovam mudanças positivas na comunidade.
- Experiências artísticas ou atléticas: Desenvolver talentos fora do âmbito acadêmico mostra versatilidade e paixão.
- Criação de projetos próprios: Desenvolver uma iniciativa pessoal, como um negócio ou blog, demonstra empreendedorismo e originalidade.
Diversidade de experiências
A diversidade de experiências de vida é cada vez mais valorizada, com universidades buscando formar turmas compostas por indivíduos de diferentes contextos e perspectivas. Os estudantes podem destacar:
- Intercâmbios culturais: Participação em programas de estudos no exterior.
- Trabalho voluntário: Contribuições em projetos humanitários ou organizações sem fins lucrativos.
- Experiências profissionais: Estágios ou trabalhos que demonstrem maturidade e iniciativa.
O papel das redações e entrevistas
As redações e entrevistas são oportunidades cruciais para os estudantes demonstrarem sua autenticidade e criarem uma conexão pessoal com os avaliadores. Tendências recentes incluem:
- Histórias Autênticas: As universidades valorizam narrativas que reflitam a verdadeira identidade e paixões do candidato.
- Foco em Impacto Pessoal: Explicar como experiências moldaram suas metas acadêmicas e pessoais.
- Demonstração de Curiosidade Intelectual: Mostrar interesse genuíno por áreas de estudo ou questões globais.
Estratégias para escolas e estudantes
Para preparar os alunos para esses processos seletivos cada vez mais complexos, é essencial que escolas e conselheiros educacionais adotem abordagens estratégicas, como:
- Workshops de planejamento de carreira: Oferecer sessões sobre escolha de cursos, planejamento de atividades extracurriculares e desenvolvimento de resumes.
- Simulações de entrevistas: Praticar entrevistas com feedback para ajudar os alunos a se sentirem confiantes e preparados.
- Fomento ao autoconhecimento: Incentivar os estudantes a explorarem suas paixões e interesses, ajudando-os a identificar pontos fortes e áreas de cres.
cimento.
Preparando para o futuro
Os processos de admissão universitária internacional estão cada vez mais holísticos, valorizando habilidades, experiências e perspectivas diversas. Escolas que adotam uma abordagem integrada, combinando suporte acadêmico e emocional, estarão melhor posicionadas para preparar seus estudantes para o sucesso.
Ao encorajar alunos a explorarem suas paixões e contribuírem positivamente para suas comunidades, criamos uma geração de líderes globais prontos para transformar o mundo.

Doutora em Sociologia pela Unesp, Lara Crivelaro foi diretora de cursos de graduação e pós-graduação, pró-reitora, coordenadora geral de educação à distância e consultora de diversas universidades do Brasil.
Fundou a Efígie ao identificar uma lacuna na educação internacional e atualmente é CEO da empresa e também diretora-executiva do Instituto Educbank de Educação e Cultura.
Lara é avaliadora do Ministério da Educação (MEC) para credenciamento e autorização de cursos a distância e autora de cinco livros, sendo o último “A educação básica no palco internacional”.