Skip to main content

Para o Dia do Professor, o Educador21 conversou com três educadoras com atuação em instituições referência no setor para apontar esses desafios

O mundo está imerso em um tempo de mudanças aceleradas. No educação não é diferente,  e a pandemia ainda acabou por evidenciar mais mazelas, testar a capacidade dos educadores e provar que era urgente e necessário se repensar a educação. Um dos principais desafios do educador, na atualidade, parece ser o de tirar do papel a escola ideal para estes novos tempos. Porque o aluno do século 21 precisa de uma educação 5.0 — com aulas mais inovadoras, baseadas em metodologias ativas, intermediada por tecnologia e com uma abordagem mais centrada no aluno.

“É muito recorrente que entendamos isso como uma dicotomia: de um lado uma aula não desejável e de outro lado uma aula desejável. O desafio é exatamente esse: o de conseguir conciliar o melhor de ambos os modelos para conseguirmos construir um modelo educacional que faça sentido para o aluno do século 21, pós-pandemia”, disse Christine Lourenço, gerente executiva Pedagógica do Eleva.

Talvez, então, sob essa ótica, o maior desafio do professor deste início do século 21, que está vivenciando a transformação da educação pela tecnologia e a inovação no seu dia a dia, seja encontrar o equilíbrio entre protagonismo do aluno e uma certa centralidade no professor. Porque trazer esse aluno para o processo de construção vai demandar, invariavelmente, em alguns momentos de explicação por parte do professor, e outros de protagonismo do aluno.

“Cabe ao professor ter um olhar macro em cima da sua turma, não só em relação à sua matéria, não só em relação ao equilíbrio da metodologia mais ativa, na metodologia menos ativa no tocante da construção da sua matéria, mas também nas habilidades e competências que ele quer desenvolver no aluno como um todo, para que ele possa escolher determinadas estruturas de aula”, explicou Christine.

Muitas mudanças devem ser efetivadas no curto e médio prazos

Ressocializar, no curto prazo, o ambiente escolar para a geração que viveu intensamente a pandemia Covid-19 e, no médio prazo, preencher as lacunas de aprendizagem que não são tão aparentes nos dados do Ideb e do Saeb  mas que são notados no chão da escola. Esses dois pontos foram ressaltados pela head de Educação da Inspired Education no Brasil, Maíra Timbó.

A especialista compartilha que a sua instituição está privilegiando, por isso, o uso de novas tecnologias para proporcionar um ensino mais humano, que contribua para o desenvolvimento socioemocional dos estudantes.

“Para que a tecnologia faça sentido, é preciso que ela agregue no processo de aprendizagem. Não é tecnologia por tecnologia, focada somente em equipamentos, laboratórios, mas o uso de ferramentas que realmente impactem o aprendizado dos alunos, de forma alinhada com a educação 5.0”, disse Maíra, ressaltando que é preciso que o educador esteja antenado às mudanças que estão acontecendo, e a importância de formar e certificar para atuar em prol de melhorias na aprendizagem.

Para Maitê Russo, cofundadora e ex-sócia da Rede Escola Hub, listada como uma das escolas mais inovadoras do Brasil, onde atuou como diretora de Inovação Pedagógica, no médio prazo o desafio também é grande, mas não menos importante. Na sua opinião, será preciso transformar as práticas pedagógicas escolares para ajudar os estudantes a desenvolverem a paixão por aprender.

“O que está ao alcance do professor hoje é resgatar a essência criativa da docência que foi perdida diante da sufocante lógica de padronização imposta pelo sistema educacional. Além disso, precisam ser empáticos, resilientes, autônomos, praticar uma escuta ativa e estarem abertos ao diálogo e a construção coletiva, se posicionando como mentores do processo de aprendizagem dos estudantes”, frisou a educadora, que ainda destacou duas metodologias inovadoras que os professores devem “ficar de olho” e procurar implementar, pela sua capacidade de potencializar uma aprendizagem significativa, duradoura e repleta de sentido.

A metodologia do brincar, também conhecida como playful, e a metodologia da aprendizagem baseada em projetos. de acordo com Maitê Russo, possibilitam:

  • Trabalhar de forma personalizada às necessidades dos estudantes;
  • Aprendizagem mão na massa, que envolve vários sentidos simultaneamente e permite o trabalho de várias áreas do conhecimento de forma integrada;
  • Contemplar o interesse dos estudantes, gerando curiosidade e por consequência, um vínculo emocional com o que precisa ser aprendido.

Compartilhe: