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Novidade da Bett 23, palco Ahead by Bett trouxe pautas dedicadas à Educação Superior e Profissional

Figurando entre as novidades da 28ª edição da Bett Brasil, o palco Ahead by Bett chegou cheio de pautas dedicadas à Educação Superior e Profissional. Além das discussões sobre a construção de cenários futuros e como preparar os jovens para o mercado de trabalho, há um setor na feira com o mesmo nome reunindo estandes voltados para esses segmentos.

‌Um dos painéis do espaço discutiu a formação defasada dos professores e trouxe orientações para ajudar na quebra de paradigmas para os educadores — a chamada mudança de mindset. A professora e consultora da Badu.tech, Karina Tomelin, e o Pró-reitor Acadêmico do Centro Universitário São Camilo, Carlos Ferrara, travaram um diálogo bastante ágil e altamente informativo para os presentes.

A partir de uma projeção nada enfadonha, a dupla discorreu sobre as crenças limitantes da docência que causam uma espécie de filtro da realidade e acabam impedindo ou, pelo menos, atrapalhando esses educadores a serem profissionais fantásticos.

“Muitos professores universitários são ótimos profissionais em suas áreas, mas sem capacidade docente. É preciso sair da conformidade para sair desses vieses limitantes”, instruiu Ferraro, ao dizer que criou cursos de MBA gratuitos para os docentes da São Camilo assumirem uma nova postura no exercício da função.

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Palco Ahead by Bett: painel discute mudança de mindset dos educadores

De acordo com Karina Tomelin, os educadores precisam passar de um mindset fixo para um mindset de crescimento. A educadora define cinco vieses da docência, os fatores que limitam os educadores a darem o passo na direção da excelência da profissão:

  • Excesso de opções
  • Ancoragem
  • Enquadramento
  • Conformidade
  • Status quo

Conforme avança na palestra, Karina explica que esses vieses acabam por ser erros do pensamento provocados pelo cérebro para facilitar o processamento do excesso de informações e evitar, assim, a sobrecarga na tomada de decisões. Ou seja: o profissional fica preso num platô de skilling.

A consultora mostrou que há muitas “verdades absolutas” limitantes que são recorrentes. E afirmou que a mudança incorre, sim, em um grande gasto energético. Mas também afirmou que não há como ficar adiando mais essa mudança diante da guinada que o setor foi obrigado a dar durante a pandemia.

Basta comparar as características desses dois grupos de educadores:

  • Mindset fixo
    Tende a achar que o problema está sempre no aluno
    Repete sempre as mesmas aulas
    Não vê resultado em criar estratégias diferentes para as aulas
    Têm dificuldade de compartilhar com seus pares as suas boas práticas
    Ignora a opinião dos alunos
    Não tem motivação para mudanças de estratégias e metodologias

  • Mindset crescente
    Vê outros professores como parceiros e aprende com eles
    Aceita feedbacks e aprende com eles
    Compreende que o tempo gasto em planejamento melhora o resultado
    Sente-se realizado na docência
    Motiva-se por novidades e inovações
    Identifica falhas para corrigi-las sem desistir

“É preciso transformar a mentalidade das pessoas. A serendipidade é uma das muitas técnicas de desenvolvimento do potencial criativo de uma pessoa adulta, que alia perseverança, inteligência e senso de observação. Chegamos a esse ponto onde não há retorno; apenas seguir em frente”, disse Karina Tomelin.

Preocupação com acesso à educação superior foi tema recorrente no Ahead

Um tema recorrente no Ahead foi aquele que professores e especialistas presentes apontaram como sendo o principal desafio da educação superior no Brasil: ampliar o número de estudantes com diploma universitário. Dados do Semesp revelam que o país está cada vez mais distante de cumprir a meta do PNE (Plano Nacional de Educação).

A meta estabelecida é que até 2024, o Brasil tenha 33% dos estudantes matriculados no ensino superior. No entanto, como é possível observar no levantamento, a taxa de escolarização líquida (que mede o percentual de jovens de 18 a 24 anos matriculados no Ensino Superior em relação ao total da população da mesma faixa etária) está em apenas 18,1%.

Para apresentar possíveis caminhos para enfrentar esse problema, o Ahead by Bett reuniu mantenedores, reitores, educadores, professores e fornecedores ligados ao ensino superior. O evento abriu espaço para a troca de ideias e experiências. Além da divulgação de novos produtos e serviços para o setor.

“Atualmente, os cursos EAD (Ensino a Distância) e os híbridos reúnem a maioria de ingressantes no ensino superior. Acredito que com o crescimento do ensino híbrido, esse número possa ser alavancado até o final dessa década. Porém, será preciso políticas públicas de financiamento estudantil para que isso realmente aconteça – o acesso ao ensino superior realmente cresça”, disse Carlos Longo, vice-presidente da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância).

Leo Gmeiner, cofundador e CEO da School Guardian, participou do painel “Empreendedorismo e Oportunidades no mundo do trabalho”. Na sua opinião, tanto na educação como em áreas que atendem o setor, o grande desafio é encontrar um problema real e relevante a ser desenvolvido.

“Quando conseguimos aproximar os professores, diretores e gestores das instituições de ensino dos empreendedores em startups, aumentamos as chances desses negócios serem bem-sucedidos, porque estão aprendendo com quem passa por esse problema de forma constante, mas também, amplia a possibilidade de resolver de forma efetiva o problema em questão”, disse Gmeiner.

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