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O Report Edtechs do Distrito mostra ainda que duas aquisições já foram realizadas este ano no segmento de educação na América Latina

Brasil é o principal mercado de startups de educação na América Latina. Atualmente, o país concentra quase 70% do total de edtechs da região, além de quase 80%
 do volume de investimentos e 76,7%
 das rodadas. Os dados são da plataforma Distrito – especializada em geração de dados que integra consultoria especializada e inteligência de mercado de novas tecnologias. Ele acaba de lançar o Edtech Report, estudo que mostra o cenário de edtechs na América Latina.

Em cerca de cinco anos, o Distrito construiu um avançado sistema de inteligência e banco de dados para mapear a performance de cerca de 36 mil startups. Atualmente, seus reports produzem um conhecimento diferenciado sobre o impacto das tecnologias e novos modelos de negócio.

US$ 600milhões em investimentos

Desde 2015, até o primeiro trimestre de 2024, as startups de educação presentes na América Latina, as edtechs, já arrecadaram cerca de US$600 milhões em 316 rodadas. O destaque é para 2021, ano de maior aceleração nos investimentos no ecossistema de inovação e educação, quando se alcançou a captação de US$271,5 milhões e 78 deals. Estreitando a análise para o território brasileiro, os investimentos e rodadas historicamente atingiram US$475,6 milhões e 280 deals, segundo dados do report.

Ranking das maiores rodadas históricas

Em 2023, o volume de investimento foi de US$ 33,8 milhões, um terço de 2022, sendo menos da metade do número de deals, o que indica um valor médio maior captado por deal. Além disso, o estudo aponta duas aquisições já realizadas este ano no setor envolvendo a MBA kids & teens, edtech voltada para o ensino de habilidades empreendedoras para crianças e adolescentes, comprada pelo Grupo MKR.

*Em milhões de US$

Volume de investimento e rodadas em edtechs

Segundo Victor Harano, gerente de Research do Distrito, os modelos de negócios e educação flexíveis tornam as plataformas de ensino uma opção atraente ao público, principalmente por oferecer variedades de preços e formatos de ensino. Para Harano, as empresas também se beneficiam dessas plataformas para educar sua força de trabalho e aprimorar habilidades nas funções desempenhadas ou até para aproveitar os talentos em outras áreas da empresa, despertando o interesse na aquisição de edtechs que ofertam o produto.

“Muitas empresas adotam sistemas que permitem aos usuários pagarem apenas pelos cursos ou materiais que desejam acessar ou serviços via assinatura com atualizações automáticas, suportes técnicos e escalabilidade, o que torna a categoria uma experiência de ensino acessível e mais adaptável à realidade de cada aluno”, disse o especialista.

Ecossistema brasileiro de edtechs é o maior da América Latina

Atualmente, existem 898 edtechs ativas no ecossistema de startups latino-americano. A maior fatia está localizada no Brasil, com 68,93% das empresas. Em seguida está o Chile, representando 7,91% do total de startups do setor. A Colômbia ocupa a terceira posição, com 7,13% das empresas presentes nesse mercado.

Dentre as categorias investidas, as edtechs classificadas como ‘plataformas de ensino’ correspondem a 51,1% do total e apresentam a maior concentração de investimentos, com captação de US$ 368,3 milhões. O destaque é para a Descomplica, que já teve o maior deal do setor ao receber mais de US$100 milhões em investimentos de VCs como SoftBank, Valor Capital Group e Valar Ventures. Ampliando para as subcategorias, plataformas de ensino que são voltadas para o mercado de tecnologia representam 10,7% de todas as startups desse setor e estão dentro da categoria de ´plataformas de ensino´.

As demais categorias como, ‘ferramentas de estudo’ atendem a 28% desse mercado, ‘gestão educacional e foco no ensino’ têm 18,1% e ‘viabilização do ensino’ apenas 2,8% da fatia de categorias.

Número de startups por categoria

Ao contrário do restante do mercado de tecnologia, onde a predominância é no público-alvo B2B, 41,1% do público-alvo dessas startups são o público B2C. Porém, ferramentas de Software as a Service permanecem como modelo de negócio mais consolidado, com 36,41%, seguido por Pay-per-use, com 22,38%.

Tendências para edtechs em 2024, com base do Report do Distrito

Em 2022, o mercado de Inteligência Artificial voltada para educação atingiu US$ 4 bilhões. A projeção é de alcançar cerca de US$30 bilhões em 2032, de acordo com a Global Market Insights. O estudo do Distrito aponta uma forte tendência da IA na educação, especialmente nos conteúdos educacionais personalizados que melhoram a eficácia do aprendizado, e na tutoria com feedbacks individualizados para atender as necessidades de cada aluno.

Outros pontos incluem a automação de tarefas administrativas, a criação de ambientes de aprendizagem dinâmicos e interativos através da realidade virtual e a incorporação crítica da tecnologia, que contribui para a formação do pensamento crítico dos estudantes e da verificação de informações.

“Os ganhos de eficiência e produtividade proporcionados pela I.A. devem impulsionar os aportes nas edtechs early stage que têm projetos na área. Já as empresas mais maduras do segmento que não buscarem eficiências operacionais e tecnológicas, encontrarão mais dificuldade nas captações futuras”, evidenciou Gustavo Gierun, cofundador e CEO do Distrito.

Em termos de preparação das novas gerações para o mercado de trabalho, a plataforma identificou o uso de tecnologia educacional com ferramentas digitais para engajar o estudo, metodologias que alternam entre a sala de aula tradicional e virtual, além da gamificação, enquanto abordagens que incentivam a participação ativa dos alunos e os colocam no centro do processo de aprendizado.

Junto com os tópicos em alta está também a educação financeira por meio da integração dos conceitos práticos de economia em escolas e universidades. Além da adequação do estudo sobre o setor de finanças feito por bancos e empresas de pagamentos que utilizam tecnologias para oferecer um aprendizado personalizado aos clientes.

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