Desde que o mundo é mundo, o ser humano tem inventado coisas. E, num futuro bem próximo, quem não souber programar, ou mesmo prototipar, será considerado analfabeto. Entenda agora a cultura maker e a sua importância na educação para o futuro
A cultura maker reúne os chamados “fazedores”, e vem ganhando cada vez mais adeptos ao redor do mundo. Sua principal proposta é estimular pessoas comuns a colocar a mão na massa e explorar sua criatividade.
Surgiu a partir do movimento DIY — do inglês “do it yourself”, traduzido como faça você mesmo. Um dos fatores que fortaleceram esse movimento foi a crise do sistema capitalista no fim do século 20. A crise incentivou as pessoas a construir seus próprios bens.
Se você associou o surgimento da cultura maker com o momento pelo qual estamos passando diante da pandemia do novo coronavírus, está entendendo muito bem o que os makers idealizam.
Os makers, como são chamados os seguidores do movimento, valorizam o trabalho colaborativo e a troca de conhecimento e ideias. Costumam se reunir em laboratórios de criação, os espaços maker, para fabricar tecnologias novas ou consertar e modificar tecnologias já existentes.
Mmovimento maker tem tudo a ver com educação
Além de estimular profissionais mais criativos a desenvolver novos modelos de negócio, professores podem se basear no movimento maker para elaborar atividades que estimulem o desenvolvimento das competências do século 21 em seus alunos.
“O processo criativo dá oportunidade de aprender com o erro e a procurar soluções para os problemas, e até a recomeçar várias vezes ate acertas. Isso abre horizontes para ver as coisas de outra maneira e desenvolve muitas competências e habilidades nos estudantes”, disse Anderson H. Moreira, professor do Instituto Mauá de Tecnologia e especialista em robótica.
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Já o criador do Manual do Mundo — canal educativo com mais de 13 milhões de inscritos no YouTube –, Iberê Thenório, destacou a importância de se utilizar um espaço maker no ambiente escolar. “O ambiente do espaço maker parece mais rico que a sala de aula convencional para que os estudantes desenvolvam as habilidades de ser, conviver, fazer e aprender.”
No entanto, segundo Iberê e Anderson, atividades que estimulam a criatividade e autonomia das crianças ainda são pouco exploradas nas escolas. Tudo porque ainda existe um mito nas escolas em torno da estruturação dos laboratórios maker. Será que é previso tanto investimento assim?
“As escolas já podem ter muito material disponível para trabalhar e iniciar essa viagem dentro do mundo maker com sucata e criatividade. Nunca foi necessário um super laboratório”, garantiu Iberê. “O que move os makers é a curiosidade de saber como as coisas funcionavam. É possível fazer isso com ferramental básico e, até mesmo, alguns elementos de arduíno, que são bem mais baratos do que professores e gestores imaginam”, informou Anderson.
Então, que tal levar a sua escola para essa viagem na cultura maker?